Tenho-me apercebido que a minha paciência mudou, depois dos 30.
Sempre me considerei (e consideraram) uma pessoa paciente, mas, ultimamente, a
minha paciência, para certas coisas manteve-se e para outras, desapareceu, sem
deixar rasto.
Por exemplo: esperar em filas, ou no trânsito, ou em salas de
espera – aqui, os meus níveis de paciência mantiveram-se: se não há alternativa
senão esperar, paciência! Arranjo logo uma maneira (ou vinte) de passar o tempo
e ele em vez de passar, voa.
Agora, a minha paciência para a parvoíce, foi-se, e acho que foi ali
por volta dos 33... Para todo o tipo de parvoíce: gente parva, conversas parvas,
programas de televisão parvos, livros parvos, tudo. Lembro-me perfeitamente do
livro mais idiota que já li: “Vai aonde te leva o coração”. Li-o até ao fim,
mesmo fazendo caretas de dor ao virar cada página, mas sentia que tinha
de o acabar. Se fosse hoje, duvido que tivesse passado da página 10.
Se calhar, acho o tempo mais precioso, agora, e não me permito
gastá-lo à toa. E é uma sensação de liberdade maravilhosa! Não perdendo tempo
com gente parva, por exemplo, tenho mais tempo para passar com gente
inteligente e interessante! E todos ganhamos, porque as pessoas parvas também ganham
a possibilidade de encontrar outras pessoas, com o mesmo grau de parvoíce e
todos ficamos felizes!
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