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Escapar

Hoje lembrei-me da importância dos escapes. Não, não desses…
Cada pessoa tem de ter o seu e, se necessário, acumular vários. Para alguns o escape é discutir ou conversar, para outros os escapes são mais artísticos: pintar, bordar, esculpir, cozinhar… Há quem prefira ir ao ginásio e exercitar o corpo até afugentar as frustrações e o stress do dia ou da semana. Ir ao cinema, correr, caminhar, ver o mar, tocar um instrumento…
Basicamente é aquela coisa que você sente necessidade de fazer quando está triste / amargurado / irritado / nervoso / ansioso, etc. Depois de o fazer volta ao equilíbrio, alivia e relaxa. Perceba qual é o seu e use sempre que necessário. A ausência prolongada de escapes pode ter efeitos nefastos.
O meu escape principal, desde que me lembro, sempre foi escrever. Na minha adolescência (e para lá dela também) andava sempre com um caderninho pequeno, de folhas brancas, onde escrevia tudo o que me apetecia e sempre que me apetecia. Coisas pequenas, às vezes só uma ou duas frases. Comecei a chamar-lhe o “livrinho dos disparates”. Ainda o tenho comigo e gosto de reler algumas coisas. Em cada registo punha a data, portanto sei identificar as épocas da minha vida a que correspondem. Um dia destes transcrevo para aqui um ou outro fragmento.
Hoje tenho escapes mais variados. Cozinhar tornou-se um deles. Comer pode um escape perigoso, por isso, evito usá-lo… O ginásio foi um escape a que me obriguei, mas tem um modo de funcionamento curioso: nunca me apetece ir mas quando saio penso sempre que valeu a pena pelo bem estar que dá.
Se se sentir subitamente engolido por qualquer coisa externa, que o faz ter vontade de fugir, já sabe: escape!

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