Comecei a usar óculos quando tinha uns 6 anos. Naquela altura, há mais de 20 anos, usar óculos não era propriamente um sinal de estilo, ou de inteligência, era mesmo um sinal de que se via mal.
As outras crianças não eram muito complacentes com quem usava óculos e mimavam os seus utilizadores com termos amorosos como “o cegueta”, “o oculista”, “Eh, caixa-de-óculos” ou “o lunetas”… Eu acho que até fui muito poupada a isto, talvez por ser menina. Naquela época em que o bullying não tinha nome, os rapazes eram vítimas mais frequentes e de maiores crueldades do que nós.
Os óculos para crianças eram verdadeiramente horríveis: todos em metal, prateado ou dourado, sem cores nem bonequinhos. Eram simplesmente como os dos adultos, mas mais pequenos. O meu primeiro par era parecido com os do Ramalho Eanes, mas sem a parte preta em cima. Só lá para o terceiro é que as hastes apareceram em cor de rosa, o que já era uma coisa fora do comum.
Daqui o meu espanto pelo actual fenómeno dos óculos sem graduação! Há hoje pessoas, jovens e não só, que usam óculos sem precisarem, só como acessório de moda. E nada discretos! São de massa preta ou de cores variadas e nos formatos mais estranhos! Tive até alunas que comentavam entre si: “Olha como a não-sei-quantas fica gata com os óculos novos!” (Olhei então discretamente para elas, à procura da gargalhada de gozo, mas não: era a sério!!!) E a outra respondia “Eu sei! Já pedi aos meus pais para me levarem ao médico mas ele disse que eu não precisava porque via bem… Fiquei para morrer!” (E aqui foi quando me caiu o queixo, à frente do quadro…)
Eu acho bem, já disse várias vezes que quando for mais velha vou usar bengala só para o estilo, mesmo que não precise, porque gosto de bengalas, mas nunca imaginei que isto poderia acontecer com os óculos! Devo mesmo estar a começar a ver pior, com a idade…
As outras crianças não eram muito complacentes com quem usava óculos e mimavam os seus utilizadores com termos amorosos como “o cegueta”, “o oculista”, “Eh, caixa-de-óculos” ou “o lunetas”… Eu acho que até fui muito poupada a isto, talvez por ser menina. Naquela época em que o bullying não tinha nome, os rapazes eram vítimas mais frequentes e de maiores crueldades do que nós.
Os óculos para crianças eram verdadeiramente horríveis: todos em metal, prateado ou dourado, sem cores nem bonequinhos. Eram simplesmente como os dos adultos, mas mais pequenos. O meu primeiro par era parecido com os do Ramalho Eanes, mas sem a parte preta em cima. Só lá para o terceiro é que as hastes apareceram em cor de rosa, o que já era uma coisa fora do comum.
Daqui o meu espanto pelo actual fenómeno dos óculos sem graduação! Há hoje pessoas, jovens e não só, que usam óculos sem precisarem, só como acessório de moda. E nada discretos! São de massa preta ou de cores variadas e nos formatos mais estranhos! Tive até alunas que comentavam entre si: “Olha como a não-sei-quantas fica gata com os óculos novos!” (Olhei então discretamente para elas, à procura da gargalhada de gozo, mas não: era a sério!!!) E a outra respondia “Eu sei! Já pedi aos meus pais para me levarem ao médico mas ele disse que eu não precisava porque via bem… Fiquei para morrer!” (E aqui foi quando me caiu o queixo, à frente do quadro…)
Eu acho bem, já disse várias vezes que quando for mais velha vou usar bengala só para o estilo, mesmo que não precise, porque gosto de bengalas, mas nunca imaginei que isto poderia acontecer com os óculos! Devo mesmo estar a começar a ver pior, com a idade…