Tenho
de alertar outros donos de gatos para algo que eu desconhecia totalmente. É
daquelas coisas que parecem inofensivas e, afinal, até podem matar o animal e que
todos os donos de gatinhos deviam saber. Se eu tivesse conhecimento do que vou
passar a explicar, tinha evitado passar 2 dias de preocupação permanente, como
acabei de passar…
O
nosso Matias (o gato mais fofinho do mundo, claro, ou não fosse o nosso) adora
brincar com fios e fitas. Sempre vi outros gatos a fazerem o mesmo, portanto, achei
que fosse um hábito felino normal e sem qualquer perigo.
Anteontem,
o Sr. Matias estava na cozinha comigo, a brincar com uma fitinha vermelha de
tecido. Eu estava a fazer o almoço e ouvi atrás de mim um barulho estranho, olhei
e ele estava a morder a fita. Ok, brincadeiras de gato, não liguei. Voltei a
virar-me para o fogão e poucos minutos depois, olho para ele e vejo uma
pontinha da fita já a desaparecer para dentro da boca. Assustei-me, claro, até
porque nunca me tinha apercebido que ele comesse nada que não fosse comida, mas
já não podia fazer nada. A fita tinha uns 30 cm e era fina, talvez com 0.5 cm
de largura. Ligo para a veterinária, à espera de ouvir qualquer coisa como “Deixe
lá isso, não é nada de especial” e ela fala-me em cirurgia e muitos riscos e eu
entrei em pânico, claro. Depois de investigar um bocado, percebi que os gatos
podem engolir estas coisas, designados por “corpos estranhos lineares” que podem
depois obstruir o sistema digestivo, o que pode ser mesmo grave, ou
simplesmente passar e sair, pelo vómito, ou nas fezes.
Decidimos
deixar a natureza actuar e ver se a fita saía sozinha, por uma extremidade
ou por outra. Por recomendação veterinária, demos-lhe aquele gel das bolas de pelo,
para hidratar o sistema digestivo e facilitar o processo. Ficámos em modo alerta-gato,
porque, ao mínimo sinal estranho (vómitos, apatia, deixar de comer ou de ir à
areia) teria de seguir para cirurgia. Pois, foram 2 dias horríveis: cada visita
à areia era uma festa... seguida de inspecção (sim, é isso mesmo, cada “presente”
teve de ser analisado, em busca de sinais da fita) até que, hoje de manhã,
totalmente inteira e dobradinha dentro de um cocó, a desgraçada da fita
vermelha lá saiu, passadas quase 48 horas. Isto foi mesmo o melhor do melhor que poderia ter acontecido.
Nestes dias (que me pareceram semanas) li relatos de gatinhos que ficaram com
pedaços de fio ou fita pendurados do rabito, porque não saíram de uma só vez.
Nestes casos, NUNCA se deve puxar (poderia ferir internamente o intestino do
bichano), mas sim cortar e esperar pela próxima ida à areia. Falem sempre com o
veterinário mas, acima de tudo, cuidado com fios, fitas de embrulho ou de
tecido, atacadores, linhas e afins. Eu e o Matias deixamos o alerta!