Encontrei
isto na minha caixa do correio. Não sei que tipo de formação terá esta pessoa,
mas a oferta é para dar explicações de “todas as disciplinas, excepto Francês”.
Pois.
Há
quem me pergunte porque reparo tanto nestas coisas. Nessas alturas eu suspiro.
Suspiro porque a questão não devia ser essa. A pergunta devia ser como
é possível tanta gente usar tão mal a sua própria língua? Se o ensino
obrigatório é de 12 anos, não seria de esperar que soubéssemos pelo menos falar
e escrever em Português, ao fim desse tempo?
A culpa deste meu "olho clínico" para a calinada é da minha mãe, claro. Foi ela que me policiou o uso da língua, desde sempre (e até hoje). Sou
professora de formação, mas não de Português, portanto não acho que seja por aí.
Mesmo em ambiente escolar, muitas vezes fiquei de
queixo caído e não me refiro aos alunos. Os erros que mais me chocavam eram
cometidos por colegas de profissão no activo. Entrar na sala de professores de
um conceituadíssimo colégio e dar de caras com um vermelho e gigantesco REQUESITOS,
orgulhosamente chapado no título de um cartaz, escrito por uma professora, é
coisa para me fazer procurar a câmara dos apanhados (que, mais uma vez, não
estava lá).
Acho
irresponsável ensinar (seja o que for) em Português e assassinar a língua
diariamente. Acho absurdo interagir, seja com quem for, em português-modo-calinada.
A
língua portuguesa é mais do que o que nos sai da boca e dos dedos. Ela devia
ser a nossa raiz, a nossa âncora cultural, ou não lhe chamássemos língua
materna. O nosso país é mais do que um rectângulo de terra, entre Espanha e o
mar, também por causa da língua portuguesa, que carrega a nossa história e a
nossa cultura.
Falar
e escrever com um mínimo de correcção devia ser um dever nacional.
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