> CASAPONTOCOME: agosto 2012

Não havia necessidade

Ora estava eu descansadamente a folhear o catálogo da Dmail (que aliás tem coisas muito engraçadas e originais) quando me deparo com este jovem, na lateral de uma página, e ia tendo um ataque de riso.

O produto em causa é este fatinho, para proteger a roupa em pinturas ou outros trabalhos perigosos para a roupa. Tem capuz, luvas e até uns sapatinhos azuis para proteger também o calçado. Muito útil, sim senhor, mas o que me chamou a atenção, claro está, foi a expressão e a pose do modelo. Algo me diz que o rapaz não se viu ao espelho antes de tirarem as fotos… 


Por onde começar? Claro que acho bem ele estar com um ar feliz, para vender o produto, mas esta expressão e esta pose, de quem acabou de ganhar um óscar e se prepara para o discurso de agradecimento, parece-me um pouco excessiva.
A cara dele parece dizer “Oh pá, isto é demais para mim, a sério, não mereço tanto! Obrigado…”, ou então "Eh lá, esse leitão está cá com um bom aspecto! E eu já sinto uma fomeca, ai já, já", mas depois olhamos à volta daquela carinha, com a poupa do cabelo estrategicamente de fora e o que encontramos? Um fatinho de plástico, meio transparente, com carapuço e o belo do sapatinho azul.
Não havia necessidade!

Decoração low cost

Hoje vou mostrar como decorar a casa com 0.35€ (sim, isso mesmo, 35 cêntimos).

Ora passemos aos ingredientes:


Deram-me há uns anos este jarrão de vidro, que sempre achei lindo, mas nunca lhe dei grande utilidade, por ser um pouco grande.
Usei também 1 kg de sal grosso (preço: 0.35€).


E tinha cá em casa uns búzios lindos, numa caixinha. Na praia, costumo procurar conchas bonitas, e já tinha uma bela colecção.

 E é só juntar tudo! Limpar bem o jarrão (ou qualquer peça de vidro de que se goste), fazer uma base com o sal e decorar.
 Agora que o Verão está a chegar ao fim, vai saber bem olhar para estes motivos de praia e recordar tantos dias bons de calor e mar!

Porque não quero uma Bimby?

Anda agora por aí uma febre de fãs de Bimbys. Auto-intitulam-se bimbólicas e dizem já não saber viver sem essa maquineta. 
Nada contra. 
A minha filosofia de vida, para imensas coisas é: quem gosta vai/vê/tem/faz, quem não gosta, não. Ponto final.
Adoro cozinhar, desde que me lembro. E quando digo cozinhar é mesmo sujar as mãos, sentir os cheiros, testar novas conjugações de sabores, umas vezes acertar e outras não. Poder destapar uma panela e enfiar-lhe o nariz e uma colher. Envolver o que lá está dentro… provar e saborear em busca do que falta e em que quantidades… Desvendar maneiras de melhorar texturas e aromas… é uma delícia. Relaxa-me, faz-me sentir bem e o resultado final é apenas uma pequena parte do processo. O tempo que passo na cozinha à volta de tachos, panelas, colheres de pau e ingredientes diversos, é tempo feliz.

A ideia de um objecto opaco, fechado, onde se dispõem ingredientes contados à grama e ao mililitro, onde se espera um tempo definido até poder espreitar o que lá se passou, não me atrai nadinha. E o ter de lavar peças e pecinhas entre cada adição? Certamente tentador para quem goste de lavar loiça, não é o meu caso.

Por outro lado, já cozinho para nós, há mais de 10 anos, o que significa que tenho um conjunto de acessórios que se tornariam dispensáveis com a aquisição dessa tal de Bimby. E 10 anos de tralhinhas de cozinha é muita coisa, meus amigos!

Dias na Galiza


E depois de dias a pensar em ir até Sintra, escapámos… para a Galiza, claro! 

Como já nos tinha acontecido numa viagem a Salamanca, aterrámos, sem querer, em plenas festas da cidade, com direito a fogo de artifício na praia, petiscos diversos, procissões e muita animação.


Tapeando… Mais frescos, só se saltassem...

 O que mais me surpreendeu nas praias galegas, que já tinha visitado mas apenas no Inverno, foi a temperatura da água do mar. Na minha ideia, quanto mais para Norte, mais fria, portanto nem me ocorreu molhar mais do que as pontas dos pés. E não é que me fartei de mergulhar e nadar em águas deliciosamente mornas?

 A praia de dia


A praia de noite 



Porque há momentos assim, em que o tempo parece parar. A luz fica mais suave, os dedos entrelaçam-se e a única coisa a fazer é inspirar, apreciar o silêncio e saborear.



Castelos de areia


E estamos de volta! Mais uns dias de sol, calor, novas paisagens e muita, muita praia. 
Depois de me dedicar a tratar das fotos, prometo que aqui deixo um pedacinho do que vimos por lá.
Ao passear pelos areais de nuestros hermanos, recordei os prazeres de brincar na areia. Eu própria já senti vontade de fazer castelos de areia na praia, coisa que não faço há muitos anos. Como ainda não tenho filhos, sei que seria um pouco ridículo comprar um baldinho e umas formas e ir sozinha para a beira-mar, fazer construções na areia, portanto contenho-me e não o faço. 
Comecei então a reparar nos pais que brincam com os seus rebentos na praia. É impressionante o ar alegre com que se enchem forminhas com areia húmida, a energia com que se escavam buracos, valas, mini-piscinas… Os castelos de formas diversas, enfeitados ou não com conchas e algas… Os sorrisos rasgados face à obra concluida. Dos miúdos? Não… dos adultos!
Reparando bem, a cara de alegria dos pais supera muitas vezes a dos filhos, que são encarregues de ir buscar mais água, mais areia “da seca”, para se atingir a consistência perfeita. Enquanto isto, o pai, sentado de rabo na areia, agita o ancinho e a pá, alisa as ameias, escava o fosso perfeito, de faces coradas e sorriso gigante.
A espécie humana é de facto surpreendente. E, às vezes, pela positiva. 

Aveiro em Agosto

Estivemos uns dias em Aveiro, a matar saudades. Esta é uma das cidades que tem um espacinho no meu coração. 
Há muita coisa diferente, mas a essência da cidade mantém-se.


Junto ao cais dos botirões, está esta casinha pintada de novo. Ao lado, há um barzinho cheio de charme, “O Botirão”, onde muitas conversas se desenharam, sobre as mesas de madeira.

Um polvo grafitado, junto ao mercado.
Finalmente recuperada e a pedir uma visita, a “Casa Major Pessoa”. 

 Os moliceiros adaptaram-se aos tempos modernos. Teve de ser.
Os fantásticos sumos de fruta do “Drinks”, que ameaça fechar as portas. L

No final da visita, comemos um ovo mole. Quando me lembrei de o fotografar já era tarde demais…

Aventuras... o caracol de frutas

Como AQUI mencionei, já vivi em muitos locais de Portugal. Rapidamente descobri que, para um país tão pequeno, há coisas que variam de terra para terra, e muito. Estou a falar dos nossos bolos.

Por exemplo, no Alentejo, um “Rim de chocolate” é uma espécie de “Éclair” nortenho, nome este que, para mim, sempre esteve associado apenas aos fechos da roupa.

Há também os “Babás” que faziam as minhas delícias por terras do Sul: encharcados numa calda doce, com um colarinho de fios de ovos (ou “palha de Abrantes”) e uma gola de creme branco. No topo, a rematar, um quadradinho de massa do próprio. Pois estes pobres bolos, porque devem ter crises de identidade gravíssimas, são chamados de “Napoleões” ou “Borrachões” na zona de Aveiro. O sabor, esse, é semelhante.

Ora, para evitar trocas, confusões e caras tipo: “Ora você é então extraterrestre, hein…”, em caso de dúvida peço “um bolo destes” e aponto para as vitrines. Mas só em caso de dúvida.

Um destes dias fui a uma pastelaria (no Minho) e pedi um caracol de frutas. Primeiro, porque estava na esplanada e segundo, porque pensei que não havia dúvida possível. Estes bolos até se vendem nos hipermercados, centros de massificação pasteleira nacional e o que vem escrito na etiqueta? “Caracol de frutas”, pois então! Ora o empregado olha para mim, olha para dentro e repete, já com meio sobrolho carregado: “Um caracol…” E pronto, lá vamos nós. Uso o dedito e faço uma espiral na palma da mão, acrescento um círculo feito com as duas mãos, digo que tem cubinhos de fruta cristalizada. Ele coça a cabeça.
Arrependo-me de não ter fixado os bolos vizinhos quando espreitei a vitrine. Agora podia vitoriosamente dizer: “está ao lado dos pastéis de nata!” Mas não. Estamos num impasse.
Nisto acende-se uma luz na cara de parvo do homem: “Aaah! Um rolo! Tem frutinhas, não é? É o rolo de frutas.” Sorrio. Continuo o debate pasteleiro mentalmente, enquanto espero. Como é que aquilo se pode, em algum ângulo, parecer com um rolo? 

Quando chega, dou uma dentada gulosa no bolo e concluo que adoro o caracol de frutas, mesmo que lhe chamem outras coisas.  

Técnica do guardanapo


Esta técnica permite tornar objectos simples (em madeira, vidro, cartão, etc), em objectos mais personalizados e com um aspecto incrível.


Há uns anos que a uso, em vários materiais e com diferentes acabamentos. Faço em coisas para a casa ou para prendinhas de Natal ou de aniversário. É relaxante e muito fácil.



Este tabuleiro era em pinho simples e não tratado.



Depois de lixado e pintado, apliquei umas riscas em verde.



Depois do guardanapo e do verniz, ficou assim. O efeito final é lindo e a aplicação da técnica acaba por ser bem simples.

Quem se quiser iniciar, fale connosco, para começar e fazer um workshop!



Simples e eficaz! E as peças ficam a ser mais nossas.

Viagem medieval 2012



 Há uns anos que não perdemos esta viagem medieval, em Santa Maria da Feira. Tentamos sempre ir durante a semana, para evitar muita confusão e é uma tarde/noite bem passada.


Desde que entramos no recinto, envolve-nos logo uma atmosfera diferente: as músicas, os cheiros, o fumo dos assados e das fogueiras. Sentimos mesmo o tempo a recuar! 

A sangria é deliciosa e os petiscos uma tentação. Há porco no espeto a rodar, sandes variadas, doces conventuais, biscoitos, ginginha de Óbidos, pão-de-ló de Ovar… O difícil é escolher.


Ao fim da noite, sabe bem beber um chá quente de hortelã, numa tenda árabe, para aquecer, antes do regresso ao presente. 


Dias felizes



E passámos mais uns dias diferentes e felizes. 

Rumámos a Sul e depois um pouco mais a Sul e depois uma viragem ao interior e finalmente o regresso a casa, que também sabe bem.

A felicidade é, de facto, uma coisa simples de se alcançar, se não complicarmos as coisas.

Por vezes bastam alguns reencontros animados, boas gargalhadas de fazer doer a cara e a barriga, viagens ao passado e ao futuro, mas sempre de pés bem assentes no presente, um dia de praia, uma noite de farra, dois dedos de boa conversa, um gato a fazer-nos sorrir.

Simples.

Olhar para trás e perceber que tudo é simples.  

Curtinha



Ontem lá convenci aqui o “homem da casa” a ler um artigo do blog. Era este, o dos bonés. Pois sua excelência, abre o link e passados 3 segundos, geme “Epá… isto é muito para ler!” Escusado será dizer que já fiz mais umas 1499 juras de que nunca mais o convido a ler nada. Amuei via blog.
E só por causa disso hoje o meu artigozinho é isto.
Só isto.
Para quem tiver preguiça de ler, descansar as vistinhas.

Verão, mas com moderação



Quando andava no liceu, analisámos o “Manifesto anti-Dantas”, do Almada, e a professora pediu-nos que escrevêssemos um manifesto nosso, contra alguma coisa. O meu foi o “Manifesto anti-Verão”. Lembro-me vagamente que referia o número aumentado de moscas nesta altura do ano, o leite estragado, caso ficasse fora do frigorífico e outras coisitas, igualmente horríveis e típicas da estação.

Nunca fui 100% fã do Verão. O calor em excesso não pode saber bem a ninguém. Uma pessoa levantar-se de repente e ter uma tontura, andar 20 minutos na rua e começar a escorrer suor, sentir a roupa a colar nas costas mal se sai do carro… Tudo isto seria perfeitamente dispensável se eu mandasse no Verão.

O meu Verão ideal é um Verão moderado. Com temperaturas sempre inferiores a 30ºC, sem insectos em excesso, com uma brisa ocasional de frescura, sem incêndios, com locais de sombra densa para nos abrigarmos do sol…

E gelados, e esplanadas ao fim da tarde, com cerveja gelada e risos. Assim sim.

Emigrantes



Tenho reparado que este blog é cada vez mais visitado por portugueses que estão fora de Portugal. Decidi dedicar a esses visitantes o artigo de hoje.

Deixem-me descrever-vos como isto anda. Sabem que as notícias na imprensa não são assim tão fidedignas.

Eu, que nunca de cá saí, vejo que realmente isto está complicado. Não para todos, mas para muitos. O povo anda mais pessimista, ainda, do que sempre foi. O peso de cá viver aumenta, em certas zonas e em certas carteiras. O trabalho estica e o ordenado encolhe.

Claro que há sempre um lado bom para tudo e muita gente foi obrigada a adaptar os gastos aos ganhos. Outros organizaram melhor a vida e até ficaram melhor do que dantes. Outros ainda rumaram para outras paragens, onde as coisas estão mais leves. E depois há aqueles que simplesmente tiveram sorte e se têm escapado, por entre os pingos da chuva.

O tempo continua maravilhoso. As paisagens mantêm-se ricas e variadas e ainda há muita coisa bonita que temos preservado.

Nem tudo é mau. O segredo continuará sempre a ser: procurar o bom no meio do mau, a beleza no meio da fealdade, a luz no meio da escuridão. Eles estão sempre lá.

Se deixar de conseguir encontrar isso por cá, vou-me embora. Simples.

Jogos Olímpicos 2012


Não sou desportista, nem grande fã de actividades físicas. Vou ao ginásio como quem vai à terapia e pouco mais. Apesar disso, tenho adorado acompanhar os Jogos Olímpicos na televisão. Aqueles indivíduos são os melhores dos melhores na sua modalidade, são pessoas que preparam estes dias há anos e estão dispostos a dar o seu melhor, a superar os próprios limites e a nunca desistir.

Já vi atletas a chorar, a brilhar, a cair, a ganhar e a perder. Os treinadores por vezes emocionam-se mais que eles e é bonito de se ver.

Claro que há coisas menos boas por trás do que se mostra, problemas na organização, críticas variadas daqui e dali, mas eu não quero saber de nada disso. 

Tenho-me focado no brilho dos fatos e dos olhos, na elegância dos corpos, nos sorrisos de vitória, nos gritos de esforço.

Às vezes sabe bem não ver tudo: as coisas boas destacam-se mais.