> CASAPONTOCOME: 2011

Reflexão linguística nº 6

“Dar água pela barba” (= ser difícil de resolver, dar muito trabalho)


A sensação de ter água, não na barba, mas pela barba deve ser angustiante se pensarmos que todo o resto do nosso corpo estará já imerso. Não deixa de ser curioso, no entanto, ouvirmos mulheres a usar esta expressão…

Reflexão linguística nº 5

“Apanhar com a boca na botija” (= apanhar em flagrante)


Para mim botijas são ou as de gás, ou as de água quente e pôr a boca em qualquer uma delas é coisa que não me faz muito sentido.

Quando somos apanhados a fazer alguma coisa, normalmente são coisas que, de alguma forma, serão proveitosas para nós. Qual será o proveito de levar à boca qualquer tipo de botija???

Reflexão linguística nº 4

“Andar às aranhas” (= não saber o que fazer)


Considerando a minha já referida relação com aranhas, vou pensar no meu caso: o que significaria de facto andar às aranhas, tipo à procura delas? Hmmm... eu saberia bem o que fazer: desistir de as encontrar e dar-me por muito contente!

Reflexão linguística nº 3

“Abanar o capacete” (= dançar)


Ok. Mesmo quem vá de mota até à discoteca, ao entrar tira o capacete, certo?… Ninguém dança, onde quer que seja, com o capacete enfiado na cabeça, daí a estranheza da coisa. Será outro tipo de dança em que as pessoas agitam capacetes no ar? Ou como aqueles artistas do asfalto que preferem manter o capacete no cotovelo? Serão esses os bailarinos que agitam o capacete no braço numa dança surreal? O misterioso mundo da dança.

Reflexão linguística nº 2

“Falar pelos cotovelos” (= falar muito)




Pronto, esta até faz sentido (se entrarmos sem medos num mundo imaginário em que as pessoas têm partes do corpo noutras partes do corpo onde não era suposto estarem, claro…): quem fala pelos cotovelos fala por duas bocas, ainda que imaginárias, se partirmos do princípio que tem dois cotovelos. E falar por duas bocas e para os dois lados do corpo, em stéreo, é obra!

Reflexão linguística nº 1

“Carapau de corrida” (= armar-se em esperto)


Por que raio dizemos isto??? Remontará esta expressão à antiguidade em que se faziam corridas de carapaus? Cada concorrente treinava o seu carapau e depois lançavam-nos num tanque, para ver qual ganhava? Foi esta a expressão que deu início a uma reflexão sobre expressões como esta, enraizadas de tal forma na nossa cultura, que já nem nos apercebemos de como são bizarras.

Visita inesperada 2


E quem nos visitou hoje inesperadamente?

Esta joaninha amorosa!

Apanhei-a no terraço, trouxe-a para uma breve sessão fotográfica e depois fui devolvê-la: deixei-a no jasmim.

As joaninhas são autênticas “armas biológicas” porque são predadores naturais de muitas pragas que atacam as plantas. Para além disso ainda são lindas!

Tásmaverdóculos?



Comecei a usar óculos quando tinha uns 6 anos. Naquela altura, há mais de 20 anos, usar óculos não era propriamente um sinal de estilo, ou de inteligência, era mesmo um sinal de que se via mal.
As outras crianças não eram muito complacentes com quem usava óculos e mimavam os seus utilizadores com termos amorosos como “o cegueta”, “o oculista”, “Eh, caixa-de-óculos” ou “o lunetas”… Eu acho que até fui muito poupada a isto, talvez por ser menina. Naquela época em que o bullying não tinha nome, os rapazes eram vítimas mais frequentes e de maiores crueldades do que nós.
Os óculos para crianças eram verdadeiramente horríveis: todos em metal, prateado ou dourado, sem cores nem bonequinhos. Eram simplesmente como os dos adultos, mas mais pequenos. O meu primeiro par era parecido com os do Ramalho Eanes, mas sem a parte preta em cima. Só lá para o terceiro é que as hastes apareceram em cor de rosa, o que já era uma coisa fora do comum.


Daqui o meu espanto pelo actual fenómeno dos óculos sem graduação! Há hoje pessoas, jovens e não só, que usam óculos sem precisarem, só como acessório de moda. E nada discretos! São de massa preta ou de cores variadas e nos formatos mais estranhos! Tive até alunas que comentavam entre si: “Olha como a não-sei-quantas fica gata com os óculos novos!” (Olhei então discretamente para elas, à procura da gargalhada de gozo, mas não: era a sério!!!) E a outra respondia “Eu sei! Já pedi aos meus pais para me levarem ao médico mas ele disse que eu não precisava porque via bem… Fiquei para morrer!” (E aqui foi quando me caiu o queixo, à frente do quadro…)
Eu acho bem, já disse várias vezes que quando for mais velha vou usar bengala só para o estilo, mesmo que não precise, porque gosto de bengalas, mas nunca imaginei que isto poderia acontecer com os óculos! Devo mesmo estar a começar a ver pior, com a idade…

Receita de crepes com tudo




E como temos passado muito tempo fora da cozinha, hoje vamos até lá para uma receita super simples e prática: crepes.
Desde pequena que tenho uma predilecção por estas panquecas finas e há pouco tempo lembrei-me porquê. Quando era miúda a minha mãe comprava-me uns livrinhos sobre as aventuras de um ursinho amoroso, o Petzi. Até hoje ainda não conheci ninguém que já tenha sequer ouvido falar desta colecção, mas eu era fã antes mesmo de aprender a ler.
O Petzi passava o tempo quase todo em aventuras no seu navio, o Mary, e quando ía a casa era uma festa e a mãe preparava-lhe… crepes. As imagens eram de fazer crescer água na boca, com geleia a escorrer para fora do crepe… 


Então voltando aos tempos do agora, cá vai a minha receita:
Junta-se no copo da batedeira a mesma quantidade de leite e de farinha, um ovo e uma pitada de sal. Bate-se e… já está! Claro que se quiserem fazer uma quantidade muito grande de crepes poderão adicionar mais um ovo. Eu faço com uma chávena grande de leite e outra de farinha. Para estas porções basta um ovo e dá para 10 a 15 crepes.
A preparação é óptima para dias frios, porque nos obriga a estar no quentinho do fogão por um bocado.
Vai-se forrando uma frigideira pequena com uma gordura qualquer (eu uso óleo e só adiciono mais umas gotas de 3 em 3 crepes, para não ficarem gordurosos). Depois de bem quente, adiciona-se a massa inclinando a frigideira para preencher o fundo. Quando aparecerem bolhinhas na massa tenta-se virar. Depois de alguns, já deve dar para tentar a manobra mais profissional de lançar o crepe e virá-lo no ar.
Mas com cuidado! Mantenha afastados animais de estimação, maridos e crianças nas primeiras tentativas.

E são bons para rechear com… tudo! Queijo, fiambre, compotas, mel… e a minha combinação preferida: manteiga polvilhada com açúcar e canela! Bom apetite!!!

Calor humano


Esperava eu nas salas de espera da vida, quando fui recordada, por uma amiga, que nem só nestes espaços o português mostra o seu espírito de partilha em amena comunicação com estranhos.
Lembrava ela que alguns do que esperam nas salas da espera “se sentam perto, demasiado perto, apesar de terem disponíveis trezentos mil lugares e, após alguns minutos, decidem iniciar um diálogo oco, sem sentido e/ou sem qualquer tipo de interesse. Nós lá vamos balbuciando um "pois", um" hum", um "ah", esboçando um sorriso amarelo. Não sei qual a razão mas não desistem, aliás, insistem em encadear tópicos de assuntos sem assunto nenhum!”Lembrei-me imediatamente de tais personagens, identificando-me em tudo com o eleito interlocutor (vulgo vítima) que passa a ansiar ainda mais que chegue a sua vez, mesmo que seja no dentista.
Ora comecei imediatamente a procurar uma explicação para tal facto, e talvez inspirada pela época do ano, pensei: é frio!
Mas logo tal ideia foi derrubada por outra, quando me lembrei de algumas situações em pleno Agosto…
Ah, férias em Agosto… uma das situações que me leva a ponderar mudar de profissão… O trânsito insuportável, as enchentes de gente por todo o lado, as misteriosas subidas de preço em esplanadas e bares… Crianças a guinchar… Palavrões em várias línguas…
Num destes Agostos estávamos, eu e uns amigos, junto a uma piscina. Toalhas e mochilas dispostas num relvado ainda quase vazio, quando de repente uma alegre família decide eleger para posicionamento de toalhas e afins, o espaço a cerca de UM PALMO das nossas coisas. Ficámos lado a lado, ao ponto de termos de nos mover com cautela depois de cada mergulho, para evitar molhar o vizinho. As conversas condicionadas… a tentação de mudar de lugar… E poderão pensar “Que mau feitio, devia ser o último lugar à sombra…” Não era. Aliás estive algum tempo a observar o relvado verdinho, vazio e tentador, para tentar perceber o motivo da eleição do nosso espaço em vez de qualquer outro. Não percebi. A única qualidade daquele espaço era de facto ficar perto de outras pessoas.
E esta é só uma das memórias que acalento. O mesmo se passou por várias vezes na praia, no comboio, no cinema. A busca de calor humano não conhece barreiras, nem locais, nem temperaturas.
Um dos poucos locais ainda preservados, segundo me contam os amigos do sexo oposto, é o WC masculino. Ao que parece, em cada fila de urinóis disponíveis, são preferencialmente ocupados os mais afastados entre si… Vá-se lá entender.

Salas de (des)espera


Às vezes somos convidados a esperar noutras salas, fora da nossa: as salas onde se espera. Desenganem-se os que acham que se esperará pouco: se assim fosse haveria UMA SALA para o efeito?
Estou então a passar algum tempo de qualidade numa destas salas e recordo-me que não gosto muito quando os outros fazem sentir demasiadamente a sua presença perto de mim.
No fundo da minha fila de cadeiras, um senhor já bocejou umas dez vezes. No fim de cada bocejo, sem cerimónias e de boca totalmente escancarada, o dito senhor solta uma espécie de gemido satisfeito, seguido de uma expiração ruidosa para rematar em beleza. Interrogo-me se devo aplaudir…
São para todos os gostos os artistas de sala de espera:
Os tambolireiros. Especializados na arte de bater com os dedos ou unhas numa superfície plana e sonora. Habitualmente criam um certo ritmo que deve, julgo eu, acompanhar uma melodia imaginária na cabeça do próprio. Para nós, que estamos de fora e não encomendámos o serviço musical, é a tortura. A cada pausa mais longa surge o alivio de pensar que o concerto chegou ao fim, mas logo a batucada seguinte nos mostra que não… Ainda não.
Os artistas do sapateado. Arte cada vez mais associada a homens de sapatos estranhos. Começa com um tímido bater de calcanhar que cedo evolui, com um entusiasmo quase infantil, para uma perigosa alternância entre calcanhar e biqueira do pé. Tende a acabar rapidamente após um ou dois olhares desencorajadores.
Os humoristas. Podem chegar acompanhados ou sós. Os primeiros são piores: já trazem plateia. Os outros vão tentando cativar um interlocutor na sala. Quando conseguem é o princípio do fim. Começa a lista de piadas sem piada, palavrões comedidos ou nem por isso, gargalhadas demasiado audíveis… enfim.
Há também o geme-quando-senta, o geme-quando-levanta, o range-cadeiras, o bufador-periódico, etc. E nem falei de telemóveis…
Quando esperarem numa destas salinhas, olhem em volta: todos esperamos, então esperem sossegadinhos e caladinhos e sem tantos ruidozinhos... 

Tem bichos-carpinteiros? Então leve-os a passear lá fora! O ar fresco faz maravilhas!

Visita inesperada

São quase onze horas de uma noite de temporal.
Cada um no seu sofá.
Eu tenho a manta.
Já dormi e acordei algumas vezes durante o filme, mas agora acordei de vez com uma explosão e vou ver o resto, decido.
Ele apercebe-se, não sei como, do meu despertar definitivo, gira a cabeça na minha direcção. “Já acordou?...”, pergunta. Sorrio.
Passados uns minutos de absoluta concentração no filme, a sala numa silenciosa penumbra, ele voa do sofá, de comando na mão, fica de gatas no tapete e desata a bater com o comando no chão junto às cortinas. Atónita, sento-me num pulo. “O que foi??” Vejo uma coisa preta a saltar depois da última pancada no chão… Era a tampa das pilhas do desgraçado comando. “Era uma aranha, mas fugiu.” Sinto um arrepio, principalmente por saber que não era qualquer aranhiço que lhe causaria aquela reacção. Vejo ao longe o bicho a equilibrar-se sobre o rodapé, pata ante pata, numa provável tentativa de passar despercebido.
Minutos, lanterna e insecticida mais tarde, o bicho, não muito pequeno, por sinal, encolheu-se numa bola de patas e recolheu-se junto à janela. Oiço as vozes imaginárias dos meus alunos na frase tantas vezes repetida “Mas a professora é de Biologia!” e respondo, também mentalmente “E quê? Alugava-lhe um quarto cá em casa, não?”. O novelo escuro que era a aranha começa a desenrolar-se novamente, estilo contra-ataque... Antes de poder soltar o ar que estava a inspirar, provavelmente num grito, surge uma vassourada estratégica que lhe gora os esforços. Meu herói…
Eu não vou a casa delas sem ser convidada, portanto agradeço que também não me visitem.

Kefir - parte I


Há uns anos atrás, estava a trabalhar no Porto e uma das senhoras que trabalhava comigo falou-me de um “cogumelo do leite” que fazia bem “a tudo” e ainda emagrecia. E esta foi a minha introdução ao Kefir.
Entretanto perdemos o contacto e só agora, que tenho mais tempo, andei a pesquisar na internet e voltei a interessar-me por esta maravilha da natureza. A informação disponível é muito vasta e na sua maioria, carregadinha de incorrecções científicas, mas na base, parece-me haver de facto vantagens no consumo desta bebida.
E não, não é um cogumelo, apesar de haver quem lhe chame assim. Os grãos de Kefir de leite consistem numa colónia de microrganismos que vivem em simbiose, isto é, a sua união é vantajosa para os intervenientes. Foram já analisados e identificados cerca de 40 espécies de microrganismos nessas colónias, sendo basicamente fungos e bactérias.
Antes de começarem a gritar com ideia de andar para aí a comer bactérias e fungos, para quem não sabe, TODOS os iogurtes que já comeram na vida foram fabricados com recurso a bactérias, os lactobacilos, e temos inúmeras espécies destes seres vivos a viver em permanência em diferentes partes do nosso organismo. Um pequeno desequilíbrio desta flora e temos uma série de doenças que podem até conduzir à morte, portanto respeitinho pelos nossos pequenos aliados!
Existe Kefir de água e de leite. Para mim só o de leite me cativa, até porque dizem que o sabor é idêntico ao do iogurte.
Uma das coisas bonitas que aparece recorrentemente em todos os artigos é o facto de não se poder vender ou comprar Kefir. Tem de ser doado. Há quem tente esse negócio, mas por um lado é muito mal visto e por outro seria quase impossível o comércio sem que as colónias morressem no processo.
Assim, num dos sites de partilha de Kefir em Portugal, contactei um doador e arranjei os meus primeiros grãos! Em breve poderei doar também, logo que a colónia cresça!
A saga do meu Kefir continua em breve…

Escapar

Hoje lembrei-me da importância dos escapes. Não, não desses…
Cada pessoa tem de ter o seu e, se necessário, acumular vários. Para alguns o escape é discutir ou conversar, para outros os escapes são mais artísticos: pintar, bordar, esculpir, cozinhar… Há quem prefira ir ao ginásio e exercitar o corpo até afugentar as frustrações e o stress do dia ou da semana. Ir ao cinema, correr, caminhar, ver o mar, tocar um instrumento…
Basicamente é aquela coisa que você sente necessidade de fazer quando está triste / amargurado / irritado / nervoso / ansioso, etc. Depois de o fazer volta ao equilíbrio, alivia e relaxa. Perceba qual é o seu e use sempre que necessário. A ausência prolongada de escapes pode ter efeitos nefastos.
O meu escape principal, desde que me lembro, sempre foi escrever. Na minha adolescência (e para lá dela também) andava sempre com um caderninho pequeno, de folhas brancas, onde escrevia tudo o que me apetecia e sempre que me apetecia. Coisas pequenas, às vezes só uma ou duas frases. Comecei a chamar-lhe o “livrinho dos disparates”. Ainda o tenho comigo e gosto de reler algumas coisas. Em cada registo punha a data, portanto sei identificar as épocas da minha vida a que correspondem. Um dia destes transcrevo para aqui um ou outro fragmento.
Hoje tenho escapes mais variados. Cozinhar tornou-se um deles. Comer pode um escape perigoso, por isso, evito usá-lo… O ginásio foi um escape a que me obriguei, mas tem um modo de funcionamento curioso: nunca me apetece ir mas quando saio penso sempre que valeu a pena pelo bem estar que dá.
Se se sentir subitamente engolido por qualquer coisa externa, que o faz ter vontade de fugir, já sabe: escape!

Histórias de encantar




Às vezes tenho vontade de entrar pelo mundo da fantasia adentro e desatar à chapada! A Gata Borralheira era logo a primeira, para deixar de ser parva e acordar para a vida...
É urgente actualizar os contos infantis para a nossa época e para o nosso país! As crianças de hoje podem crescer e tornar-se adultos revoltados! Eu revolto-me… de vez em quando e com muita contenção, claro, mas revolto.
A Gata Borralheira havia de ter sorte nos dias de hoje… a cheirar a fumo e a abóbora já não se conquistam príncipes! E as irmãs tinham conhecimentos… Haviam de arranjar maneira de fazer uma cópia do tal sapato, de maneira a servir a uma delas. Maridos ricos vão escasseando nos tempos que correm.
A cigarra devia ter sido eleita para algum cargo importante, ganhar rios de dinheiro, viciar-se em charutos e whisky e depois explorar a formiga, já que gostava tanto de trabalhar. Quando estivesse para ficar efectiva corria com ela! Formigas não faltam.
Um dia vou escrever uns contos, vou. Mas qualquer um que comece com “Era uma vez uma menina muito boazinha, que fazia sempre o que era certo, nunca se zangava com as maldades à sua volta e dava sempre o seu melhor em tudo o que fizesse…” nunca poderia ter um final feliz. Pelo menos por estas paragens…
Bem, estou irritada, portanto vou fazer sopa! Fui.

Alegrias escondidas




Às vezes andamos menos alegres, mesmo nós, os positivos e optimistas.




E é nesses dias que devemos simplesmente procurar melhor.


À espreita estará sempre um motivo para um sorriso ou até mesmo para uma gargalhada.




Recordo-me de um fim de tarde, caminhando pelas ruas frias de Vila Real, em que reparei numa minúscula planta que crescia a custo entre as pedras do chão. Era ao mesmo tempo tão forte e tão frágil que tive de sorrir.




Esta foto foi tirada há pouco tempo em Ponte de Lima: numa certa tarde em que olhei para cima e vi um enorme porco de peluche numa janela... e sorri.

Ordem na casa

Vamos lá começar a agitar vidas!
Em tempos de crise, em que só se ouve falar de desgraças e pessimismo, há que travar estas notícias e tentar fazer o melhor para melhorar a NOSSA vida.
O país não vai bem, ou melhor, a economia nacional e internacional não vão bem, mas lamentavelmente a sua vida depende mesmo é de si, das suas decisões e escolhas, da sua disposição e da sua auto-estima. E, quem sabe, se cada um tentar dar o melhor de si no dia-a-dia, um dia não teremos boas notícias para ouvir?...

Muitas vezes o telejornal começa e até que acaba só ouvimos notícias más.
Vamos começar por dizer: já chega. Haverá algum benefício em assistir a este desfiar de tristezas e angústias diariamente? Se achar que sim, se consegue manter algum distanciamento em relação às suas emoções e bem estar, muito bem. Se, pelo contrário, se sente angustiado, amedrontado face ao futuro por ter que assistir diariamente à lista de desgraças em que se transformaram os telejornais, é simples: desligue! Procure bem! Todas as televisões têm este botãozinho, por muito sofisticadas que sejam. E se comprar um jornal ao fim-de-semana, vai ver que tudo parece menos assustador quando é lido por nós e não gritado por outras pessoas com músicas de fundo trágicas, na televisão.

Aproveite cada dia para melhorar a sua vida! Hoje pode ser sempre melhor que amanhã!


Casa, ponto e come

A casa é a nossa, a minha, a sua… a dos outros. Logo que haja um sítio ao qual chamemos casa, coisas começam a surgir. Vontades de o tornar mais nosso, de nos revermos nas pequenas coisas.
As casas acabam por ser apenas espaços, onde vamos espalhando detalhes de nós próprios para nos sentirmos bem. Para nos sentirmos... em casa.
Já conheci casas que eram apenas quartos, dentro de uma outra casa.

Os pontos são inúmeros, em ligação entre a casa e nós.

E comer. Mesmo para quem não come com prazer, há sempre alturas em que precisamos de nos debruçar sobre esta arte. O bem comer, que por trás tem sempre uma série de segredos e truques que só mesmo o tempo e a prática nos ensinam.

Para muitos o comer acaba por ser o ponto que está no centro da casa.