O
mármore é uma belíssima rocha metamórfica, onde alternam cores claras e escuras…
Este bolo também aparenta uma alternância entre duas cores, num efeito
equivalente ao aspecto do mármore, mas só no aspecto, porque este é um mármore fofo.
Ingredientes
{ 4 ovos
{ 2 chávenas de açúcar
{ ½ chávena de leite
{ ½ chávena de óleo
{ 2 chávenas de farinha
{ 1 colher de chá de fermento
{ 6 colheres de sopa de chocolate
Preparação, modo rápido
Decidi
usar a batedeira, portanto comecei pelos ovos inteiros com o açúcar.
Juntei
o leite e o óleo e continuei a bater.
Por
fim a farinha e o fermento.
Separa-se
mais ou menos metade da massa para outro recipiente e envolve-se o chocolate
numa das partes.
Distribui-se
a massa, alternadamente, por uma forma previamente untada, de forma a obter o
“efeito mármore”.
Este
fim-de-semana fizemos uma visita nocturna à Braga Romana 2012. Nunca tinha ido
e gostei. Revi muitas das barraquinhas de incensos, chás, velas e outras coisas
que já conhecia das viagens “Por Terras de Santa Maria”, mas há também muitas coisas
novas e diferentes, portanto, valeu a pena.
Comem-se sandes diversas, o porco
roda no espeto, há maneiras tradicionais para se fazerem crepes romanos, a
sangria bebe-se em copos de barro e por momentos visitamos outra época. Pelas
ruas há espectáculos diversos, um acampamento militar e muito para ver.
Comemos
uma deliciosa sandes de patanisca naquela que se intitula a mais antiga
mercearia de Braga: O Mercado S. João, aberta desde 1894. Num típico exemplo
da hospitalidade que caracteriza estas gentes minhotas, conhecemos o dono, o
Sr. Manuel Machado, que prontamente nos arranjou um lugar numa mesa já cheia de
gente simpática. No fim do delicioso petisco ofereceu-nos um Favaios bem
fresquinho e contou-nos a história da
sua casa, com evidente orgulho, partilhando ainda alguns dos projectos que tem
para o futuro, que terão, com toda a certeza, muito sucesso.
Sem
dúvida que voltaremos a visitar este espaço simpático.
Há
uns tempos enviaram-me um cupão de desconto para uma embalagem de “Directo ao
forno”. Um pouco reticente, decidi experimentar, mas as minhas reticências confirmaram-se.
Passo a explicar.
Sei
que há duas marcas com um produto semelhante, mas desconfio que o resultado, até
mesmo em termos de sabor, seja equivalente nas duas.
Ora
a que eu experimentei, traz então um saco especial, um atilho para o saco e um
pó que faz lembrar as sopas instantâneas da própria marca. Mete-se a carne ou o
peixe no saco, atira-se o pó lá para dentro, envolve-se o melhor possível e ata-se.
A embalagem não chama muito a atenção para o facto, mas se o vosso forno não
tiver opção “sem grelha”, o caso pode tornar-se explosivo… Ou seja, o meu
forno, em cima, tem uma resistência para grelhar, mas eu posso desligar essa
parte e ligar o aquecimento só da parte de baixo. Como durante o “assado no
saco”, o mesmo incha como um balão, se eventualmente tocasse numa resistência
acesa, o saco explodia e a parte do “sem sujar nada” deixava de ser verdade,
portanto cuidado com este pormenor.
Fiz
uma receita de frango e uma de peixe. De facto a comida cozinha bem e
surpreendentemente, apesar de não se juntar qualquer tipo de líquido ou de
gordura extra no interior do saco, forma-se um molho e os alimentos não ficam
secos. O sabor do pó acaba por entranhar na comida durante o processo e nem é
mau de todo. A preparação é de facto rápida e prática, mas… Vá lá: para um dia
de pressa ou para alguém que não saiba cozinhar, até é capaz de ser uma boa
solução, mas um bom franguinho, temperado com sal, alho e limão, a assar numa
cama de cebola é incomparavelmente mais saboroso e não dá assim taaanto
trabalho, a meu ver.
Portanto
fica a dica: é prático, realmente não
suja nada e sabe levemente a sopa instantânea… para quem conseguir viver com
isso, pode ser a salvação para um “daqueles dias”.
Ora
pensem comigo: dias de sol e de praia, ar livre, piscina… usar hidratante,
base, corrector, blush, iluminador, etc? Pois, não me parece. Ouvi falar destes
hidratantes-tudo-em-um e lembrei-me que podíamos ser bons amigos em dias de férias, e não só.
Depois
de muito ler e investigar sobre algumas marcas, decidi-me por este BB cream. Para
além de conter pigmentos de cor, funciona ainda como hidratante, protector
solar (SPF 15) e iluminador. Possui vitamina C e ácido hialurónico… Promete ser
um verdadeiro 4 em 1!
É
vendido em Portugal em dois tons, “claro” e “médio”. Apesar de ser morena, o médio
pareceu-me escuro demais para o meu tom de pele, que, no rosto, não é assim tão
escuro.
Antes
de descrever resultados, parece-me importante descrever a minha pele. É mista, a
fugir para seca. A minha “zona T” não é muito oleosa, mas tem algum brilho,
mais na testa. Nas faces laterais a pele é mais seca e baça, de poros mais
fechados.
Em
termos de cor, não tenho grandes marcas ou cicatrizes a cobrir, mas estou longe
de ter um tom uniforme: olheiras (às vezes) levemente arroxeadas, mas pouco notórias;
testa e nariz ligeiramente mais bronzeados que o resto da cara; abas do nariz
mais rosadas… enfim. A minha cara ao natural não tem propriamente aquele ar de
porcelana que algumas sortudas possuem.
O creme
Como
se vê na foto, é pigmentado ainda antes de aplicar, ao contrário de outras
marcas, o que permite ficar com uma ideia do tom que ficará na nossa pele. É
mais fácil para escolher o tom. É consistente, mas fluido e levemente
gorduroso. Tem um aroma que desaparece pouco depois de aplicar.
Aplicação e resultados
Uso
como usaria um hidratante normal. A consistência permite espalhar bem por todo
o rosto, uma vez que não absorve logo. Nota-se imediatamente a diferença: a
pele fica com um leve brilho uniforme e todos os meus tons de pele estranhos
ficam uniformizados. Claro que não é uma base, mas melhora bastante o aspecto
geral do rosto. Se depois de o aplicar, notar ainda muito as olheiras, um
bocadinho de corrector resolve e dá um ar muito natural, como se tivesse
acordado assim.
No
fim do dia, ainda se mantém a cobertura e o aspecto aveludado da pele.
Globalmente,
estou satisfeita. No meu tipo de pele e para uma cobertura muito leve, achei que funciona bem. Sei que nos vamos dar muito bem em dias mais relaxados ou com
menos tempo. E em férias ou fins-de-semana fora, com toda a certeza! Acho que
arranjei um novo amigo… e colorido!
Ora
felizmente para vocês, este artigo é escrito e ninguém vai ter de decifrar a
minha nova pronúncia, a juntar às muitas que já possuo, se bem se lembram do "Pelos sotaques de Portugal" .
Mas
só para terem uma noção, vou passar a escrever como tenho falado nos últimos
dias, enquanto descrevo o que me sucedeu já há quase duas semanas: ora
esdava eu buito bem, quando o beu dariz fechou. Assim besbo, fechado. Até tinha
bedo de be assoar, por ibaginar que be saísse ar pelas orelhas. Nos primeiros
dias pensei que estivesse constipada, bas logo percebi, pelas salvas de
espirros e total ausência de outros sitobas, que tinha sido atacada pela
rinite! E cá estou eu, igual. Detesto tobar bedicabentos, por isso andei a
adiar, a ver se passava.
Dunca
be lembro de ter ficado neste estado, mas já estou no segundo dia de antistabínico,
para ver se volto ao dorbal. O beu sisteba imunitário é besbo crobo! Ubas
poeiritas a entrar pelo dariz e acha logo que é belhor usar o arbabento pesado,
cobo se estivesse a ser invadida pelo exército bacteriano bais feroz… enfim,
sisteba ibunitário sensível, também deve ter ascendente Caranguejo.
E
para quem se costuba queixar da vida, se conseguem respirar de boca fechada,
acreditem que já é algo de baravilhoso e que eu só tenho conseguido esse
bilagre com recurso a estas baravlhosas drogas.
Há
mais de um ano que decidi enfrentar o facto de que não há milagres no que toca
à manutenção da silhueta pós-trinta e inscrevi-me num ginásio. Nem vale a pena
listar os benefícios a nível de corpo e mente que essa decisão me trouxe, mas é
essa lista que me leva até lá, mesmo naqueles dias em que não apetece tanto.
Ora
quem me conhece, sabe da minha predilecção pela actividade física, logo, não
ficará surpreendido se eu disser que uma das valências que mais me agrada no
ginásio é o banho turco. Assim, no final de cada sessão, faça as aulas que
fizer, acabo sempre a visita mergulhada naquela névoa densa, de vapor e
eucalipto. O meu espírito, pulmões, pele e cabelo agradecem e retribuem.
Estranhamente, por raras vezes, já vi pessoas que levam uma toalha para o banho turco e
outras uma garrafa de água. Ora isto
cheira a contradição por todo o lado. Quem é que vai para o banho turco a
querer ficar seco? Ou será que aproveitam para lavar assim as toalhas? É que
elas ficam lá, dispostas ao lado do dono, a mirrar e a encharcar, sem qualquer
utilidade aparente. No fim estão boas para torcer…
E
será que alguém pensa que pode desidratar lá dentro?? Ou levam a água para o
caso de lhes apetecer um cházinho? É que naquele calor, a água deve aquecer a
grande velocidade e, agora que penso nisso, nunca vi nenhum destes indivíduos
de facto a beber a água enquanto lá estão. Estranho.
Portanto,
quando vejo estas coisas, resta-me suspirar e inspirar um pouco mais de
eucalipto… é o melhor.
Ora
cá na casa quem manda na cozinha, confesso e admito, sou eu. O maridinho vê-se
muitas vezes confrontado com a saudável da pescada no prato e nem sempre fica
contente. Mas depois prova e acaba por gostar.
Para que a pescada saiba o menos
possível a pescada, a criatividade é mesmo o limite, portanto não há limites.
Hoje
foi assim:
Receita de Medalhões de
Pescada Disfarçados
Ingredientes (duas pessoas)
{ 2 medalhões de pescada (grandes)
{ 1 dente de alho
{ 1 cebola média
{ 4 colheres de sopa de vinho tinto
{ 1 lata pequena de cogumelos
{ sal qb
{ azeite qb
Preparação, extra-simples e
extra-rápida
Refogar
o alho e a cebola, laminados, em azeite.
Quando
a cebola começar a parecer transparente juntar os medalhões.
Temperar
com sal e regar com o vinho. Deixar-se apurar em lume brando. Se começar a
secar muito, acrescentar um pouco de água. Juntar os cogumelos e deixar
cozinhar mais um pouco.
E
já acabou? Já.
Notas finais
Pois
só quando se corta o medalhão é que se começa a desconfiar que afinal não são
medalhões de vitela! Quando o marido viu, já a rir-se, o interior branquinho,
eu expliquei-lhe logo: “é carne branca”!
Há
pessoas que sofrem de uma grave dificuldade em estar quietas. Se param um
bocadinho sem fazer nada, só a apreciar o presente, ficam logo agitadas e nervosas. Como
se não lhes fosse permitido parar. Como se corressem o risco de serem apanhadas
a não fazer nada e isso fosse alguma espécie de pecado.
Para
grande satisfação minha, eu NÃO sou uma dessas pessoas. Sempre que me apetece e
posso parar, paro sem sentimentos de culpa.
E
paro mesmo, não é um daqueles “parar a ver televisão” ou coisa do género. É
parar. Olhar à volta e VER, em vez de passar os olhos. SENTIR o ar inspirado e
agradecer por ele. SENTIR a temperatura envolvente, OUVIR o vento, os sons, as vozes, o que quer que seja que
nos envolva na altura. APRECIAR o
momento, o agora. Hoje parei um pouco e soube bem. Muito bem.
Viver
em função de um passado, ou de um futuro, deve ser relativizado e reduzido ao
mínimo possível. O presente é o momento mais importante, até porque é o único
que realmente existe. Devíamos dar-lhe mais valor.
Há
termos e expressões que são tidos como sendo sinal de educação e de respeito
pelos outros, mas que a mim nunca me fizeram muito sentido.Passo a exemplificar, com três casos muito
frequentes:
Coisa parva nº 1 - Pedir
“com licença” antes de rasgar papel
Esta
nunca me entrou na cabeça. Tinha uma colega que fazia sempre esta introdução,
antes de rasgar fosse o que fosse, à minha frente, e eu perguntava-lhe, no gozo
“Com licença porquê? Vais arrotar?”
Será
por se pensar que o barulho pode incomodar? Então todos os meus professores que
escreviam em quadro de lousa, fazendo aquele barulho-tipo-silvo, irritante, com
o giz, deveriam ter passado a vida a pedir “com licença” porque isso é que são
barulhos que me incomodam.
Será
por questões ambientais? Para não ferir os sentimentos de quem ouve as fibras a
romperem? Mas assim, só devia pedir licença quem a seguir não encaminhasse os
pedaços de papel rasgado para a reciclagem, e mesmo assim não devia ter
desculpa.
Coisa parva nº 2 - Dizer “Não
é para me gabar”, antes de se gabar
Esta
é boa! Antes de certas pessoas se gabarem sobre uma infinidade de coisas
possíveis, iniciam a frase com o belo “Não
é para me gabar, mas”.
Exemplos
frequentes: “Não é para me gabar, mas cozinho muito bem”; “Não é para me gabar,
mas não canto nada mal”; “Não é para me gabar, mas sou um espectáculo”…
É
para se gabarem, sim senhor! Mais valia pôr aqui o “Com licença”! Fazia mais
sentido. “Com licença que me vou agora gabar deste meu dom:” E pronto, os
ouvintes já ficavam preparados.
Coisa parva nº 3 - Pedir
“com licença” DEPOIS de arrotar
Ora
isto não faz sentido nenhum! A pessoa, por mais distraída, ou internamente
gasosa, que seja sabe sempre quando um pequeno (ou grande) arrotito se
aproxima, logo deveria pedir licença aos que o rodeiam ANTES de o soltar e não
depois! Com licença que já arrotei? Não faz sentido. Ainda há pessoas que
depois pedem o tal perdão, o que chega a ser um exagero, um simples pedido de
desculpas já era suficiente, mas pelo menos está melhor enquadrado no contexto
arrotivo, do que pedir licença depois de uma coisa já ter acontecido. Tudo bem
que os ouvintes mais próximos poderiam não dar licença ou não terem tempo para
decidir, mas ficava melhor, ainda assim.
E
como hoje é dia da mãe, vamos falar de mulheres, num desafio aos homens. Confuso? :)
Acho
graça à ideia de que as mulheres, na cabeça de tantos homens, são seres muito
temperamentais, muito dados a chiliques e escândalos, demasiado sensíveis,
resmungonas e exigentes.
Um
dia, gostaria de ver qualquer um desses homens a viajar na mesma montanha-russa
hormonal em que nós andamos todos os meses; A pôr e tirar as nossas doses de
cosméticos, os nossos saltos altos, a nossa roupa justa; A ter os nossos
empregos: mãe, filha, empregada, cozinheira, professora, enfermeira, amiga,
amante, psicóloga, engomadeira, costureira, (…) para além do emprego de 8 horas diárias; A passar por tantas
depilações e epilações ao longo da vida e do corpo, que a dor passa a ser algo
perfeitamente acessório; A lutar permanentemente contra a celulite, contra a concorrência feminina, contra a
ideia de que a mulher é um ser menos capaz; A cuidar do cabelo de modo a
torná-lo mais um acessório de beleza, o que por vezes implica passar horas
afogada em químicos, em salões cheios de mulheres, calor de secador e ruídos
vários. E, no fim do dia (em alguns dias), ainda conseguir ter um sorriso
alegre no rosto, distribuir mimos à sua volta e dizer até amanhã com confiança
e energia!
Misturar,
numa tigela: o açúcar, a farinha e a raspa de laranja.
Raspar
e cozer as cenouras. Escorrer e reduzir a puré.
Depois
de arrefecer, juntar aos restantes ingredientes, envolvendo bem e adicionar os
ovos um por um.
Forrar
um tabuleiro com papel vegetal e untar com gordura (óleo, manteiga ou
margarina).
Deitar
o preparado neste tabuleiro e levar ao forno a cozer por cerca de 20 min a 180º C.
Desenformar
sobre um pedaço de papel vegetal (ou um pano limpo) polvilhado com açúcar.
Polvilhar
com canela a gosto e enrolar, ainda quente, até se parecer com uma torta.
(Acabada de sair do forno, fica com este aspecto)
Notas finais
Cá por casa, raspo sempre as cenouras antes de as cozinhar, seja de que maneira for. Se não o fizer, sente-se um ligeiro travo amargo, que não é muito agradável, portanto não pule este passo.
Para as transformar em puré, triturei com a varinha. Também podem ser passadas no passe-vite ou até trituradas no liquidificador.
Convém tirar do forno depois de cozida, mas ainda mole por dentro (dependendo dos fornos, coze em 15 – 20 minutos).
Fica com uma consistência deliciosa: muito húmida e macia, e dá a sensação de ter levado dúzias de ovos (é o poder secreto da cenoura!).
Estranhamente, não sabe a cenoura, mas sim a laranja! Uma delícia!
Tenho tendência a ficar com músicas na cabeça. E nunca são músicas eruditas ou de grande qualidade, é mesmo aquela musiquinha parola, azeiteira e enjoativa, que mais tende a colar-se ao meu pensamento e sou capaz de andar o dia todo nisto.
Hoje foi esta: “It will rain” do Bruno Mars. Em vez de tentar contrariar a sensação de ouvi-la tocar na minha cabeça, vezes sem conta, decidi tentar enjoar o meu cérebro e pus-me a ouvi-la no youtube.
(Quem quiser, pode acompanhar a leitura com esta música de fundo, o vídeo está lá, mais abaixo, mas depois não se queixem…)
E foi assim que descobri que este rapaz tem qualquer coisa de português, de certeza. Algum antepassado mais ou menos longínquo lhe marcou a linhagem, senão vejamos: este jovem canta toda uma canção deprimente sobre a POSSIBILIDADE de a namorada o deixar! Sim, ela ainda não lhe deu com os pés e ele já chora como uma menina mimada, a pensar em como seria a sua vida se isso eventualmente acontecesse!
Ora, para quem não percebe bem Inglês, atentemos na tradução de parte da letra desta música:
“Se alguma vez me deixares, bebé
Deixa alguma morfina à minha porta
Porque vai ser precisa muita medicação
Para perceber que o que nós tínhamos
Já não temos mais.”
(é de mim ou há aqui alguma burrice admitida? Ou alguma confusão sobre os efeitos da morfina no corpo humano? Ele não quer a morfina para as dores da possível separação que, volto a lembrar, ainda não aconteceu, é para o ajudar a perceber que a miúda se foi… hmmm)
“(…)
Porque não haverá luz do sol
Se eu te perder, bebé
Não haverá céus limpos
Se eu te perder, bebé
Tal como as nuvens,
Os meus olhos farão o mesmo
Se tu te afastares, todos os dias irá chover
Chover, chover...
(…)”
(noto também alguma confusão de personalidade… Ele acha que é S. Pedro, ou que possui a capacidade mágica de alterar a meteorologia.)
E agora vamos pensar na pobre namorada, a aturar este espírito macambúzio diariamente. Ela a querer ir ao cinema, ou jantar fora e ele “Ah, não consigo, tenho de carpir as mágoas de pensar que um dia tu me poderás, eventualmente, deixar… Talvez noutra altura…”
Oh Bruno, olha que se ela não foi, assim deve ir de certeza!
E onde é que eu já vi este nível de pessimismo antecipado? Ah, pois é… Em todo o lado!
E
acabo de assistir à notícia de abertura dos telejornais, neste feriado de dia 1
de Maio: os portugueses foram às compras!
As
lojas “Pingo Doce” implementaram hoje uma promoção inédita, de 50% de desconto
na factura, em compras acima de 100 €. Ora, ao que parece, os portugueses andam
mais atentos às “promoções e outras complicações” do que seria de esperar e
aderiram em massa, invadindo literalmente estes hipermercados.
Dei
por mim a pensar por que motivo isto foi notícia com tanto destaque (no canal
onde vi, ocupou os primeiros 23 minutos do telejornal) e não me consigo
decidir, tenho várias explicações possíveis:
Terá
sido porque hoje foi dia do trabalhador e, provavelmente, os funcionários
destas lojas trabalharam hoje, muito mais do que em qualquer outro dia do ano?
Terá
sido porque, a julgar pelas imagens, só descobrimos agora que somos um pouco
selvagens, quando toca a chegar lá primeiro e açambarcar o máximo de artigos
possível e passar à frente dos outros e por aí fora?
Terá
sido porque houve quem aproveitasse a confusão, para libertar algumas tensões
acumuladas, a esmurrar outras pessoas nas filas para pagar ou para estacionar,
já que polícia e ambulâncias foram chamadas a acudir em várias lojas da marca?
Terá
sido porque é bizarro, que tanta gente tenha decidido passar o feriado nas
compras (houve quem lá tenha estado das 9h da manhã até às 16h da tarde) ao
abrigo de um desconto de 50%?
Terá
sido porque as lojas não estavam, aparentemente, preparadas para tamanha enchente,
não tendo sido feita uma adequada gestão de stocks o que resultou num esvaziamento
de estantes e prateleiras como se estivéssemos na véspera do fim do mundo?
Terá
sido porque, sendo feriado, não aconteceu mais nada de importante /
interessante por terras lusas?
E
assim me vou, ainda indecisa quanto à escolha da justificação, mas já de boca
fechada, depois de ver as imagens do que me pareceu um saque em tempos de
guerra.