E
o meu presente de Natal mais desejado chegou finalmente! Novo emprego, novas
pessoas e novos desafios. Foram 6 meses que só me apetece esquecer, mas aprendi algumas lições importantes e essas, levo comigo. É muito bom poder
fechar este ciclo e olhar em frente com ânimo, novamente. Apesar de ter ainda
de me beliscar para acreditar que é verdade, parece que afinal vai ser mesmo um
Bom Natal!
Na "Cozinha" as receitas. "Fora de casa" as viagens que fazemos. A casa tem muitos recantos e as portas estão abertas para si!
Dezembro, cheio de luz
E já chega! Tenho tentado adiar a
minha escrita para um dia em que pudesse escrever sobre uma boa notícia, um
novo dia de trabalho, um início de um novo desafio profissional… mas já chega. Porque
não escrever também sobre dias menos bons, se todos passamos por eles? Já lá
vão 6 meses em busca de nova colocação profissional. Vejo agora que manter o
optimismo e os pensamentos positivos, pode ser complicado depois de tanto tempo
sem que nada corra como queremos. Descobri que procurar emprego neste país, nos
tempos que correm, pode ser uma tragédia tão grande que quase parece uma
comédia.
Às vezes entro num comboio de pensamentos pessimistas, onde me lembro
da minha idade, de tudo o que estudei e aprendi, de todas as competências profissionais
que fui somando ao longo dos anos e no quanto que não faz sentido nenhum estar
em casa. Mas depois, lá do fundo, vem uma voz baixinha que se vai tornando
maior: saúde, amor, carinho, amigos,
energia… E realmente nada disto me falta, sou tão rica em tudo o resto, que
só posso rir e sorrir na cara do pessimismo. Assim se cala o lado negativo e se
vai subindo pela corda da felicidade! É Dezembro; Vai ser Natal independentemente
de tudo o resto; Há outras festas cá em casa e muita luz por todo o lado. Basta
manter a nossa luz interior bem acesa e tudo o que for escuro desaparece. Simples!
13 de Novembro de 2015
Na
sexta-feira foi dia 13.
Decidimos ir jantar fora e lembrámo-nos de ir à
inauguração de um restaurante de hambúrgueres artesanais. Enquanto esperávamos
pela mesa, ficámos numa esplanada próxima, aproveitando a temperatura ainda
agradável e pouco usual para esta época. Muita gente na rua. O restaurante estava
bonito e moderno, com boa música ambiente e todas as mesas cheias. Famílias,
casais, grupos de amigos… conversas animadas. Esperámos uma eternidade pelos
hambúrgueres mas nem me importei, estava tudo delicioso e aproveitámos para rir
e conversar. Ao sair do restaurante, passámos por um café onde, na TV, uma
notícia me chamou a atenção: passava em rodapé “tragédia em Paris”.
Arrepia-me
pensar que, pessoas como nós, com percursos de fim de dia exactamente iguais ao
nosso, perderam tanta coisa naquela sexta-feira 13. Alguns, a própria vida e, todos
os outros, e por tempo indeterminado, perderam a segurança. Esta liberdade de andar pela
vida sem pensar muito nisso, sem ponderar a hipótese de que alguém nos pode
tentar matar, a troco de nada; A liberdade de poder estar num espaço público, sem olhar
para as pessoas que passam perto de nós, para quem entra, para quem se aproxima. A liberdade de viver em paz.
Espero
que o medo se dissipe.
Arrepiam-me
as faltas de liberdade.
Buu
Uma boa noite para contar histórias assustadoras!
Coisas simples: aproveitar.
E
já estou mais velha! Foi um excelente dia de anos, cheio de coisas boas e de
sol. Tomei decisões para um futuro próximo, pedi um desejo que pode muito bem
mudar toda a minha vida e decidi conjugar um verbo novo: aproveitar! Para mim, entre uma carreira no ensino e a estabilidade no amor e na família, a escolha sempre foi simples. Agora, tenho a vida em equilíbrio, tenho saúde, boas
pessoas e boas energias à minha volta e posso dizer que sou mesmo feliz. Não me arrependo da
minha escolha. Quanto à parte profissional, vai resolver-se também e a sua
importância é cada vez mais relativa.
Cada altura da vida tem tantas coisas
boas que, se soubermos aproveitar bem, vivemos melhor. Parece simples, mas
passei anos a viver com a atenção presa no futuro, a antever o que poderia
correr mal, a preocupar-me com coisas que acabaram por nem acontecer… Quase me
esqueci de aproveitar o presente. Agora tem sido assim: estou mais atenta
às minhas intuições, faço coisas de que gosto, dentro daquilo que posso, mas
sem pensar muito à frente, porque já percebi que não vale a pena. Penso no
amanhã e o resto logo se vê. Da vida, as coisas simples são sempre as melhores.
Outubro
Outubro
é o meu mês. Acredito que nasci na época mais bonita do ano: o Outono. As cores
e os cheiros começam a mudar, o sol parece ficar mais dourado e tudo fica mais
bonito em dias assim. Que seja um bom Outubro, este!
Aventuras... do desemprego #2
Compareço
à hora marcada e espero: o escritório está fechado e não se vê ninguém lá
dentro. Para uma entrevista agendada para as 14h00 um ligeiríssimo atraso de 20
minutos… podia ser pior. E foi.
Chega
finalmente um casal: uma senhora de cabelo-palha (na cor e na secura do
cabelo), unhas roídas e calças de ganga deslavadas, mas com uma blusa fina, com
apliques cheios de brilhantes. O homem é mais velho, na casa dos 60, alto e com
um fato barato. O cabelo todo lambido para trás e colado à cabeça por alguma
matéria pegajosa, que reluz com o sol.
Ofereço
um aperto de mão enérgico à senhora e ela reage quase como se lhe tivesse
apontado uma arma. Olha-me para a mão estendida e lá se decide a apertá-la, sem
grande força, nem convicção. Convidam-me a aguardar numa sala de espera, porque
os 20 minutos que esperei lá fora não devem ter sido suficientes. Agradeço,
naturalmente.
O
senhor chama-me então para a entrevista. Entro na sala: não tem janelas e a
única fonte de luz é um candeeiro de pé alto, atrás da cabeça dele e virado
para mim, o que me faz pensar em interrogatórios e séries policiais. Sento-me à
frente da secretária dele e descubro que não tenho espaço para poisar as mãos:
há um porta-canetas, um pisa-papéis, um calendário e umas caixas pequenas,
restando apenas um intervalo onde coloco as mãos cruzadas e endireito as
costas.
“Então, é a D.
Dulcamara?” – diz ele, olhando para uma folha onde deve ter os meus
dados. “Desculpe
lá, mas hoje fui almoçar com o patrão e comi cá um bacalhau… Uma maravilha!”
Sorrio. Olho discretamente para o resto da sala: há outra secretária, também
com tralhas em cima e umas caixinhas parecidas com as que tenho ao lado das
mãos. Tento ler o que dizem, mas não consigo.
“És casada,
Dulcamara?” Ok, já nos tratamos por tu, pelos vistos, e passámos às
questões relevantes: o meu estado civil. Respondo afirmativamente e o homem
olha-me para os ombros e continua: “Tu tens boa aparência, sabes? Acho que te enquadras.”
Mau… Mantenho um sorriso, já a fugir para o amarelado. “O que é que te fez concorrer
para este emprego?” Explico que tenho experiência como administrativa e
na área comercial, daí a minha candidatura. Como o anúncio pedia alguém para
estas funções numa empresa de importação / exportação, aproveito para
questionar qual a área de negócio. “Sabes, o mercado é uma coisa muito dinâmica: se
agora der dinheiro vender camisolas, não nos vamos pôr a vender maçãs, não é?”
(Começo a franzir o sobrolho.) “Nós estamos em várias frentes… E ainda há bocado estava em
frente a um bacalhau, que bacalhau… E o patrão é que pagava!” E solta
uma gargalhada ruidosa. (Interrogo-me se o senhor estará sóbrio.) Sorrio, agora
em amarelo vivo. “Nós aqui vamos-te ensinar a nadar!” (Nesta altura, o cheiro a
esturro é incontornável.) A nadar? - pergunto. “Sim, sim, há empregos em que vais e
trabalhas e quem ganha é o patrão, há outros em que tu podes ser o patrão!”
(Oh, Deus…) “Eu vou-te ensinar a nadar de modo a que tu nades em todas as praias do
mundo! Nós aqui estamos a recrutar pessoas, não para empregados mas para
patrões! Daqui a um tempo podes estar tu aqui, sentada nesta cadeira!” (Toda
a tensão da entrevista começa a dissipar-se e penso onde raio vim eu parar? O meu sorriso já é mais para disfarçar a
vontade de rir.) “Sabes que eu já trabalhei em muita coisa, agora estamos aqui e amanhã
podemos não estar. Eu até já estive no Brasil!” (Olhe que bom para si.) “Nesta empresa
eu levo-vos a atravessar uma estrada… Tu quando atravessas uma estrada como é
que fazes?” OK, respiro e respondo Com cuidado,
tem que se ter cuidado. “Exactamente!” – berra o senhor. “E aqui sou eu
que ensino a melhor maneira de atravessar. Não vou sempre convosco, mas sou eu
que ensino. Depois, cada um voa sozinho.“ Na minha cabeça listo as possibilidades
para o possível negócio desta empresa: aspiradores? Filtros para água? Droga? “E depois, um
dia, eu digo: agora vais tu sozinho, como se diz a um filho.” Nisto, o
homem faz uma cara de bebé chorão, e grita, com voz de falsete “Oooh pai, mas
eu não quero ir sozinho…” E eu rebento numa gargalhada, não consegui
evitar. O senhor tem aí um lado de actor
muito interessante, olhe que se calhar devia explorar essa faceta. O
parvo do homem aceitou a minha intervenção como um elogio e continua. “Eu acho que tu
te vais enquadrar, sim senhor.” Pois, mas ainda
não me explicou qual é a função ao certo… “Então não disse, eu já te disse
tudo! Tu queres trabalhar? Sabes que aqui toda a gente ganha muito bem! Tu
podes vir a ganhar 50€ por dia! Tens dúvidas?” Por
acaso tenho, olhe fazem contrato ou é a recibos verdes? Qual é o ordenado base?
Trabalharia aqui, neste escritório? Qual é o horário de trabalho? “Isso tudo tu
vais vendo, olha, segunda-feira já podes começar.” (E começa a escrever num
papelinho. Começo a enervar-me.) O homem dá-me o papelito rabiscado: um nº de
telemóvel e o nome de uma mulher. “Estás cá de manhã às 8h30 e essa pessoa vai-te
acompanhar para te mostrar o que fazer.” (Devo estar nalgum filme de
terror, só pode, penso com os meus botões). Mas se ainda
nem me disse o que viria fazer, ia assim começar a trabalhar sem saber de nada?
“Mas
queres saber o quê?” Bem, tudo: o
que vou fazer, quanto me pagam… “Podes vir a ganhar 50€ por dia, já
disse!” Posso vir a ganhar? Então é algum
trabalho à comissão? O senhor levanta-se e leva-me a uma outra sala,
onde está a senhora do cabelo de palha, no meio de caixotes, vermelha e
ofegante. Ele aponta para umas caixas mais pequenas e diz, já nervoso: “Queres saber o
que vendemos? É isto, são perfumes. Cada caixa destas vale 50€.” Passa
um braço à volta do pescoço da desgraçada: “Olha, ela não ganha 500€.” (e
eu penso: uns 200?) “Nem 600… Ganha mesmo muito bem!” A senhora tenta
conter um sorriso, mas eu apanhei-o. “Falem aí as duas e já sabes, podes vir a ganhar
muito dinheiro!” E dirige-se novamente à sala de interrogatórios
entrevistas, onde já está um rapazinho à porta.
Agradeci
à pobre senhora e fugi dali para fora.
São
4 da tarde, mais uma aventura.
As minhas aventuras
Quando
era pequena adorava ler livros de aventuras, começando pelas aventuras da Anita
(que eram assim um bocado… pouco-aventureiras) e mais tarde os livros “Uma aventura…”
que já eram mais entusiasmantes. O meu sonho, ao ler estes livros, era poder
passar eu mesma um dia, por episódios assim: desvendar mistérios, apanhar
culpados, perseguir os mauzões e ganhar… Em vez disso a vida reservou-me muitas
outras aventuras, com um pouco menos de adrenalina mas muito mais gargalhadas. Assim
decidi criar toda uma nova divisão da casa, onde vou deixando uma amostra: as minhas aventuras, por esta vida fora! Isto só a mim (ou talvez não). J
Outono: dia 1
2015 tem sido um ano de aprendizagem e
adaptação. Não tem sido fácil, mas tudo se resolve, certamente: houve projectos
que tracei e que não tiveram o sucesso esperado, houve metas que defini e que
tiveram de ser (mais uma vez) adiadas e por aí fora. Gosto pouco de me queixar
da vida, portanto, resta-me vivê-la, aprender e evoluir.
A vida corre na mesma e se não soubermos
aproveitar os dias o melhor possível, eles passam de qualquer modo,
indiferentes aos nossos desejos e sonhos. Portanto hoje é o primeiro dia de
Outono. Uma nova estação, pintada com as cores mais bonitas do ano, um novo
ciclo, uma nova oportunidade de melhorar, crescer e ser feliz. Este é o meu
mantra de vida: simplesmente ser feliz.
Cuidado com a língua
Encontrei
isto na minha caixa do correio. Não sei que tipo de formação terá esta pessoa,
mas a oferta é para dar explicações de “todas as disciplinas, excepto Francês”.
Pois.
Há
quem me pergunte porque reparo tanto nestas coisas. Nessas alturas eu suspiro.
Suspiro porque a questão não devia ser essa. A pergunta devia ser como
é possível tanta gente usar tão mal a sua própria língua? Se o ensino
obrigatório é de 12 anos, não seria de esperar que soubéssemos pelo menos falar
e escrever em Português, ao fim desse tempo?
A culpa deste meu "olho clínico" para a calinada é da minha mãe, claro. Foi ela que me policiou o uso da língua, desde sempre (e até hoje). Sou
professora de formação, mas não de Português, portanto não acho que seja por aí.
Mesmo em ambiente escolar, muitas vezes fiquei de
queixo caído e não me refiro aos alunos. Os erros que mais me chocavam eram
cometidos por colegas de profissão no activo. Entrar na sala de professores de
um conceituadíssimo colégio e dar de caras com um vermelho e gigantesco REQUESITOS,
orgulhosamente chapado no título de um cartaz, escrito por uma professora, é
coisa para me fazer procurar a câmara dos apanhados (que, mais uma vez, não
estava lá).
Acho
irresponsável ensinar (seja o que for) em Português e assassinar a língua
diariamente. Acho absurdo interagir, seja com quem for, em português-modo-calinada.
A
língua portuguesa é mais do que o que nos sai da boca e dos dedos. Ela devia
ser a nossa raiz, a nossa âncora cultural, ou não lhe chamássemos língua
materna. O nosso país é mais do que um rectângulo de terra, entre Espanha e o
mar, também por causa da língua portuguesa, que carrega a nossa história e a
nossa cultura.
Falar
e escrever com um mínimo de correcção devia ser um dever nacional.
Dias na Galiza - 2015
Às
vezes viajamos de avião para sítios longínquos, em busca de paz, paraísos,
iguarias gastronómicas e coisas lindas para visitar. Outras vezes, descobrimos
que, já aqui ao lado há tanto para ver e sentir…
A
Galiza tem-nos revelado cada vez mais segredos e descobri-los é um prazer que
teimamos em repetir nos últimos anos (já AQUI falei desta zona que adoramos…).
Há
praias únicas, em que o pinhal se combina com a areia e as rochas, compondo um
cenário de praia pouco comum. Mergulhar e nadar nestas águas, mornas e límpidas,
sem ondas e com pouco sal é um prazer que julgava impossível… De facto até dei
vários mergulhos, só para ter a certeza de que não estava a sonhar.
Os
galegos são simpáticos, percebem bem o que dizemos e até se identificam
connosco. E têm aquele lado animado e alegre dos espanhóis, que, desde sempre, me leva a pensar que nasci do lado errado da fronteira.
Dormimos
num mosteiro, visitámos ruínas góticas do século XV e um museu do vinho, onde o
alvarinho é rei, comemos tanta coisa boa e fresquinha e as praias? Parece que
foram feitas para mim!
Mais
uns dias na Galiza, mais segredos desvendados…
Coisinhas
frescas e deliciosas
Santa
Mariña Dozo – ruínas góticas do século XV
Galiza
Ahhhh
as praias…
Rir melhor
Às
vezes tenho a sensação que quem está do lado de fora (muito fora) daquilo que é
a minha vida, acha que tudo me corre bem, que não tenho problemas, e que, portanto, ser feliz e optimista assim, deve ser muito fácil. E não é bem assim. Mas,
quanto mais penso naquilo que são os meus problemas, mais sinto que não merecem
que fale muito deles, nem que lhes dê mais atenção do que a mínima essencial para
os resolver. Se focasse neles a maior parte da minha concentração e energia,
restava-me pouco para tudo o resto, portanto a escolha é simples.
Resolver
problemas, sim. Viver em função deles, nem pensar!
Palácio da Brejoeira
Sugestão refrescante e relaxante da semana: um passeio a Norte,
muito a Norte, onde se esconde uma charmosa surpresa - o palácio da Brejoeira,em Monção.
Ao
contrário de muitos palácios em Portugal, este tem visitas guiadas a preços
acessíveis a portugueses e não apenas para carteiras estrangeiras. Visitámos o
interior, a adega, os jardins… Conhecemos pormenores curiosos sobre a história deste lugar, as pessoas e alguns objectos. Para um remate perfeito, há um salão de chá no
meio dos bosques que não podia ser mais amoroso.
Um belo e pacífico passeio,
que quase nos fez esquecer que estamos em Agosto.
O palácioO salão de chá
WC do salão de chá
Dias bons e outros melhores
Eu
sei, eu sei que tenho andado um pouco arredada do meu querido blog, mas é por
uma boa causa. Continuo em busca do meu novo emprego, depois de uma breve
tentativa de fugir ao “por conta de outrem” que não deu certo. É a vida, é seguir
em frente como sempre fiz e somar mais uma aprendizagem à minha lista. Sinto-me
realizada por ter tido a coragem de tentar e está digerido o facto de não ter
corrido como eu esperava. Ponto final.
Agora
tento equilibrar-me, entre entrevistas, candidaturas e esperas, muitas e longas
esperas. Às vezes, também consigo passar dias bons, de quase-descanso, mas não
é a mesma coisa do que se estivesse a trabalhar, com a segurança de receber um
ordenado no fim do mês. Sinto que já deve faltar pouco e amanhã é mais um dia
decisivo, portanto hoje foram longas as horas de preparação, a ver se é desta.
Quanto
ao que procuro, noto que estou mais exigente numas coisas e menos noutras.
Percebi os valores relativos do tempo e do dinheiro e descobri os ingredientes
ideais para a minha paz de espírito e qualidade de vida, que não temos obrigatoriamente
de perder só por estar a trabalhar. Tenho exercitado a paciência e aprendido a
esperar. Tenho alternado entre entrevistas interessantes e enriquecedoras e
outras surreais e hilariantes, que, em breve, devo poder aqui partilhar.
E
a vida corre assim, com dias bons e outros ainda melhores. E amanhã é mais uma
etapa, que só pode correr bem.
A forca maior
Há
uns anitos, tirrei esta foto. Estava na porrta de uma loja fechada, em Vila
Real de Santo António, penso eu. Parece que foi por uma forca maior… antes
isso. :D Boa semana!
Cala-te e come, Giles!
Parece
que andou por aí um tal de Giles Coren, numa crítica que escreveu para o Times
magazine, a dizer que “a cozinha portuguesa é a pior do mundo”. Este indivíduo
é Inglês e, no mesmo artigo, afirma que a culinária britânica também não é
grande coisa - vá lá que não se enganou em tudo. Mas, obviamente o senhor não
anda bem, coitado, daí ter decidido dar-lhe uma ajuda para que desenvolva um
pouco o seu palato:
Keep it simple, Gil, e prova aqui estas ervilhas, e não digas
que vais daqui, pá!
Ou afoga
o mau feitio no molho picante e rico desta
francesa que é bem típica aqui de Portugal:
Para
algo doce, enterra a colher nesta sobremesa deliciosa, e vais sentir-te a levitar para bem longe de Londres, em
direcção ao sol e ao calor de Portugal;
É
caso para dizer:
Oh, Giles,
cala-te e come!
Noite Branca 2015 - Guimarães
Há
eventos que começam a ser obrigatórios na agenda cá de casa e a Noite Branca de
Guimarães é um deles. No ano passado acho que choveu, ou estava frio, já não me
lembro bem, mas sei que não fomos. E há 2 anos estava uma noite incrivelmente quente
e foi a primeira vez que fomos, foi ASSIM.
Este
ano estava menos calor, uns agradáveis 20ºC e foi uma noite animada. Muito mais
gente, mais palcos e mais personagens brancas espalhadas pelas ruas e praças de
Guimarães. Que maravilha! A repetir, sem dúvida.
Eu e as sardinhas
Não
como sardinhas. Ponto. E, se me quiserem irritar, é só insistirem quando eu
digo que não como: “Come só esta, é mesmo boa, vais ver que vais gostar!”
Senhores, tenho 36 anos. Já comi algumas sardinhas pela vida fora e é
precisamente por isso que sei que não gosto.
Adoro o cheiro e até o sabor da
sardinha assada, mas aquelas espinhas todas ditam um afastamento inabalável
entre mim e este petisco. Já tive acesso, em tempos, a umas sardinhas enlatadas
todas nices, sem pele, nem espinhas,
e comia sem qualquer problema, uma delícia! Ora, todas as outras trazem as
espinhas com elas e assim, não brinco. “Ai, mas são tão fininhas que nem se
sentem” – Eu sinto e bem, obrigada. Depois de estar a mastigar uma amálgama de
sardinha e respectivas mini-espinhas (que devem ser uns milhares), fico sempre
a pensar se devo ou não engolir aquilo e porque raio terei tentado mais uma vez
comer sardinhas.
Sardinhas,
não é nada pessoal, tenho grande admiração por vós, que sois um peixe que faz
bem à saúde, até tenho pena de não pertencer ao vosso clube de fãs, mas é assim.
Bem-vindo, Verão!
Os
dias, cá por terras minhotas, andam quentes e as noites, mornas e deliciosas. E
ainda hoje é o primeiro dia de Verão!
Cá
para mim, estamos já fora da minha janela de temperatura ideal (que fica mais
ou menos entre os 23 e os 28ºC, durante o dia) mas basta jogar às escondidas
com o calor, não me queixo. Assim sendo, ontem fomos para o Porto ao fim do dia
e até de madrugada esteve calor! Eram 3 da manhã e ainda estávamos com mais de
20ºC! Fez-me mesmo lembrar esta noite de 2013, em Guimarães!
O
Sr. Rui Veloso encheu a cidade, numa comemoração dos seus 35 anos de carreira,
e aconteceu uma coisa curiosa. Apesar de ser um concerto ao ar livre, apesar de
ver uma avenida dos Aliados a abarrotar de gente, de todas as idades e
nacionalidades, havia uma atmosfera familiar. Era como se estivéssemos todos na
sala de estar do Rui, com ele a tocar e a cantar para uns amigos.
O
Verão tem este efeito: as pessoas andam mais contentes, mais satisfeitas e
parece que o foco da atenção passou para temas mais leves: a praia, os
chinelos, o bronzeado e os convívios, de preferência na rua. Gosto!
Fechar portas para abrir janelas
Esta
semana, num programa em directo, uma das intervenientes, a Manuela Moura Guedes
abandonou o estúdio. Disse que se ia embora, explicou porquê, tirou o microfone
e saiu.
Foi
um assunto muito debatido, se fez bem, se fez mal, se tinha ou não motivos…
Isso pouco me importa, aplaudo estas tomadas de posição e acho que devia haver
mais, somos uns resignadinhos e há sempre candidatos para abusar da nossa boa
vontade.
Recentemente,
tive também o meu momento Moura Guedes.
Há quem confunda a minha calma e simpatia com idiotice. Já cheguei a pensar que
devia alterar estas minhas características, mas apercebi-me que não é por aí.
Aceitei
uma proposta de trabalho, acertámos condições e fui enganada. Ao fim de 3
tentativas de acordo, achei que já era demais e bati o pé, a porta e disse “Basta!”
Se
sinto que desperdicei 2 meses da minha vida? Um bocadinho, mas é com o erro que
se aprende e aprender é sempre bom.
Portanto
aqui partilho as minhas lições:
1- Por
semana trabalham-se 40 horas. Não são 45, nem 50, são 40. Está na lei e é
assim.
2- Nunca
se começa a trabalhar sem que seja comunicado pelo empregador à Segurança
Social que aquele trabalhador vai iniciar funções, para que sejam feitos os nossos
descontos. Está na lei e é assim.
3-
No contrato, que até deve ser assinado também antes do início de
funções, têm de estar, por escrito, as mesmas condições definidas oralmente:
ordenado, horário e tudo o resto.
4-
Sempre que tenham dúvidas, é ligar para a ACT – Autoridade para as condições de
trabalho, e eles esclarecem tudo.
Fechemos estas portas que
não interessam a ninguém e que venham novas janelas, portas e portões!
Aventuras... do desemprego #1
Nos
últimos tempos, tive oportunidade de participar em entrevistas de emprego de
duas formas diferentes, e, em ambas, assisti a situações inacreditáveis. Apesar
da minha idade e experiência de vida, quando penso que já pouca coisa me surpreende,
eis que me cai o queixo, mais uma vez, e outra, e outra...
Ora
então, tive de telefonar a pessoas que já tinham enviado o seu CV, mostrando
interesse numa oferta de emprego, para marcar a entrevista. Os
candidatos disseram-me coisas fantásticas, como:
“Não dá para ser mais tarde?
É que às 9h00 é um bocado cedo…”;
“Amanhã às 9h00? Olhe
deixe-me ver se posso e eu já lhe ligo.” – E não voltei
a ter notícias do senhor;
“Olhe, eu vou, mas aviso já
que não me interessa fazer descontos…”
Pois,
e isto foi só o começo.
No
dia da entrevista, apesar de ter feito os agendamentos na véspera, várias
pessoas faltaram, outras chegaram atrasadas. O que também me parece bem. Porquê dar uma falsa ideia de
responsabilidade e pontualidade a um potencial empregador?
Ao
ligar para uma rapariga que estava a faltar, ela atende com uma voz nasalada e
diz-me “Ai olhe, não pude ir, acordei cheia
de febre, marque-me para logo à tarde.” –
Doenças misteriosas que aparecem já com duração definida: só atacam da parte da
manhã.
Antes
da entrevista, cada candidato tinha de preencher uma ficha. Quantas pessoas trouxeram
caneta? Aí 1 em cada 10.
Numa
segunda remessa de contactos que fiz, referi explicitamente que tinham de
trazer caneta para a entrevista: só metade se esqueceu, já foi melhor…
Recentemente
fui eu a uma entrevista colectiva. Todos recebemos um emaiI de convocatória, informando
que a mesma teria a duração de 1 hora. A todas as entrevistas a que vou, levo uma
caneta e um caderno. Mas, neste caso e com esta duração, assumi que não iríamos
jogar às cartas e pareceu-me ainda mais lógico ter comigo material de escrita. Éramos
6 pessoas: eu e outro candidato levámos caneta, os outros 4 tiveram de pedir
aos entrevistadores, o que fica sempre bem.
A
empresa é grande e conceituada e a função tem algum grau de responsabilidade. Uma
rapariga foi de sapatilhas, outra a mascar pastilha elástica e uma terceira de
t-shirt e calças de ganga desbotadas. Não estou a dizer que as pessoas se devam
vestir de gala para uma entrevista de trabalho, mas acho que há mínimos.
Durante
a entrevista, (não antes, mas sim, durante)
ouve-se pela sala um ruído grave e ritmado: uma das candidatas deita a mão à
mala (onde não se deu ao trabalho de enfiar uma caneta) e tirou o telemóvel, ao
qual tirou o som.
Foi
perguntado a todos há quanto tempo estavam desempregados e porquê. A maioria
estava sem trabalhar há mais de 1 ano.
Uma
rapariga, a das calças de ganga e t-shirt, que não levou papel nem caneta para
a entrevista, que não se informou previamente sobre a empresa, que disse adorar
falar línguas, mas que não conseguiu elaborar uma frase simples em Inglês e que
respondeu sempre em tom arrogante e autoritário a todas as perguntas, apontou
como motivo para estar ainda desempregada
“Mau-olhado.”
Viver o sol
Os
dias estão lindos e já se ouvem queixas de excesso de calor em pleno Maio.
Parece-me tão bem!
Por
aqui, estamos em meditações e reorganizações de vida profissional, e com dias
assim, até se pensa melhor.
A
vida segue e o bom tempo faz-nos planear passeios, convívios, fotografias, enfim,
coisas boas!
Aproveitar o sol e viver muito: viver tudo o que é bom e com quem
nos faz bem. Pode haver maneiras melhores de viver uma vida, mas eu não conheço
nada melhor.
Olá, calor!
Todos
os anos há um dia que me parece a verdadeira transição para o tempo quente. Não
é o primeiro dia de Primavera, nem o primeiro dia de Maio, não é um dia certo.
É aquele dia em que saímos de casa sem casaco e com os braços ao léu, pela
primeira vez no ano.
E
ontem foi esse dia, pelo menos aqui por terras do Minho. Um calor bom, que envolve
a pele e nos faz sorrir. Não quero saber se o nome é Primavera, Verão ou meia
estação: olá calor, que saudades!
Danças ocultas na Casa da Música
Ainda em
fase de adaptação a novas rotinas, teimo em fazer coisas boas no tempo livre
que me resta. Assim que ouvi falar deste concerto, tomei nota na
minha agenda, sabia que seria uma experiência deliciosa, e assim foi. O quarteto
“Danças ocultas” acompanha-me há
muitos anos: fui eu quem os apresentou ao HDC, estudámos muitas vezes ao som
destas concertinas, por terras transmontanas. A mim, estas melodias levam-me de
volta à aldeia da minha avó, a dias de sol e passeios à beira-Vouga, ao som do
vento em árvores altas e ao cheiro a plantas e a terra.
Apesar
de mais associado ao folclore, o som da concertina, aqui, é conjugado de outra
forma, elevado a outros níveis e o resultado é difícil de explicar: tem de ser
ouvido.
Foi
uma noite mágica na Casa da Música: uma sala cheia e totalmente rendida aplaudiu
de pé estes 4 senhores e os seus convidados. Eu saí de lá mais leve, com a
ideia bem reforçada da importância da música na minha vida: acredito
sinceramente que não poderia viver sem ela.
Sou uma doninha
Desde
que me mudei para esta belíssima região Minhota, que verifico a existência de
mais um maravilhoso sotaque, para adicionar à minha bela (e já longa) colecção.
Lembro-me, há uns anos atrás, de ir na rua e ouvir uma senhora a gritar, para
um cãozito que saltava aos seus pés, todo contente: “Quem é o cão mais bonito
da sua dóninha, quem é?” Claro que
eu e o Homem da casa achámos piada, comentámos entre nós e pronto.
Quando
o gato Matias chegou cá a casa, começámos a identificar-nos, na brincadeira, da
mesma maneira. Por exemplo, eu chegava a casa e o HDC* dizia-lhe “Quem é,
Matias? É a dóninha?” E o que começou
como brincadeira, acabou como hábito e agora somos um dóninho
e uma dóninha… é oficial.
*Homem
da casa
Renovar o ar
É
bom fazer renovações ao longo da vida, grandes, pequenas ou ambas. Mudar tudo,
ou pouca coisa que seja, à nossa volta, dá logo um sabor a novo e a fresco.
Durante
anos, quando não podia renovar mais nada, mudava móveis, quadros e objectos de
sítio na minha casa e tudo parecia novo. Mesmo que fosse trocar a posição da
cama, de um móvel ou de uma estante, no quarto, já era bom. Era uma energia
nova que circulava e isso sempre me soube muito bem.
Agora,
surgiram-me novas rotinas, novos horários, novas regras, novas pessoas e
responsabilidades. Tudo volta a ser novo e há tantas possibilidades… Renovou-se o ar. Obrigada,
vida!
Sorteio Mágico INOX
E
chegados os 300 likes na nossa página de Facebook, chega finalmente o sorteio!
Vidas
Como
já aqui mencionei, a vida tem as
suas surpresas. Podia viver em permanente luta para tomar as rédeas da vida e
forçá-la a ser exactamente como eu quero, mas temos de ir complementando teimosia com realismo.
A vida acaba por
mandar mais do que eu e tudo acaba por mudar, quase sem nos darmos conta. Ainda
ontem, tinha todo o tempo do mundo, já a parecer tempo demais para gerir, e, de
repente, volto a não ter tempo, porque optei por vender parte dele. A vida é mesmo
assim e o hábito de deixar a vida correr, em vez de lutar contra os caminhos
que ela nos impõe, há-de tornar-se mais natural para mim. Como se costuma
dizer: “É a vida!”
Alerta: fios, fitas, linhas e gatos
Tenho
de alertar outros donos de gatos para algo que eu desconhecia totalmente. É
daquelas coisas que parecem inofensivas e, afinal, até podem matar o animal e que
todos os donos de gatinhos deviam saber. Se eu tivesse conhecimento do que vou
passar a explicar, tinha evitado passar 2 dias de preocupação permanente, como
acabei de passar…
O
nosso Matias (o gato mais fofinho do mundo, claro, ou não fosse o nosso) adora
brincar com fios e fitas. Sempre vi outros gatos a fazerem o mesmo, portanto, achei
que fosse um hábito felino normal e sem qualquer perigo.
Anteontem,
o Sr. Matias estava na cozinha comigo, a brincar com uma fitinha vermelha de
tecido. Eu estava a fazer o almoço e ouvi atrás de mim um barulho estranho, olhei
e ele estava a morder a fita. Ok, brincadeiras de gato, não liguei. Voltei a
virar-me para o fogão e poucos minutos depois, olho para ele e vejo uma
pontinha da fita já a desaparecer para dentro da boca. Assustei-me, claro, até
porque nunca me tinha apercebido que ele comesse nada que não fosse comida, mas
já não podia fazer nada. A fita tinha uns 30 cm e era fina, talvez com 0.5 cm
de largura. Ligo para a veterinária, à espera de ouvir qualquer coisa como “Deixe
lá isso, não é nada de especial” e ela fala-me em cirurgia e muitos riscos e eu
entrei em pânico, claro. Depois de investigar um bocado, percebi que os gatos
podem engolir estas coisas, designados por “corpos estranhos lineares” que podem
depois obstruir o sistema digestivo, o que pode ser mesmo grave, ou
simplesmente passar e sair, pelo vómito, ou nas fezes.
Decidimos
deixar a natureza actuar e ver se a fita saía sozinha, por uma extremidade
ou por outra. Por recomendação veterinária, demos-lhe aquele gel das bolas de pelo,
para hidratar o sistema digestivo e facilitar o processo. Ficámos em modo alerta-gato,
porque, ao mínimo sinal estranho (vómitos, apatia, deixar de comer ou de ir à
areia) teria de seguir para cirurgia. Pois, foram 2 dias horríveis: cada visita
à areia era uma festa... seguida de inspecção (sim, é isso mesmo, cada “presente”
teve de ser analisado, em busca de sinais da fita) até que, hoje de manhã,
totalmente inteira e dobradinha dentro de um cocó, a desgraçada da fita
vermelha lá saiu, passadas quase 48 horas. Isto foi mesmo o melhor do melhor que poderia ter acontecido.
Nestes dias (que me pareceram semanas) li relatos de gatinhos que ficaram com
pedaços de fio ou fita pendurados do rabito, porque não saíram de uma só vez.
Nestes casos, NUNCA se deve puxar (poderia ferir internamente o intestino do
bichano), mas sim cortar e esperar pela próxima ida à areia. Falem sempre com o
veterinário mas, acima de tudo, cuidado com fios, fitas de embrulho ou de
tecido, atacadores, linhas e afins. Eu e o Matias deixamos o alerta!
Procissão Ecce Homo, em Braga
Uma
das coisas boas de ter tempo, é poder estar mais atenta aos eventos culturais da
minha zona e programar visitas e passeios, em vez de ouvir falar das coisas já depois de acontecerem.
Há anos
que vejo, na televisão, reportagens sobre a semana santa de Braga e uma certa
procissão, que sempre me fascinou: a Procissão do Senhor Ecce Homo, também
conhecida pela Procissão do Senhor da cana verde. Normalmente, penso: “mais um ano
em que não fomos…”, mas, desta vez, ainda fui a tempo!
A
figura mais cativante (pelo menos aos meus olhos ateus) é, sem dúvida, a do
farricoco: embrulhados em vestes pretas, com cordas à cintura, descalços e encapuzados,
agitam matracas negras, ruidosas, ou transportam fogaréus em chamas e são eles
que abrem esta procissão. Há um andor apenas, onde se exibe uma figura de Jesus,
empunhando uma cana verde, mas muitas são as cenas bíblicas representadas pelos
figurantes e a procissão demora cerca de uma hora a passar, tantos são os
participantes.
O
que mais me impressionou foi o silêncio sepulcral, que nos parece impossível à
partida, quando estão milhares de pessoas a assistir, nas ruas, janelas e
varandas. E também os cheiros: os farricocos deixam um cheiro a queimado e a
petróleo quando passam e, no final da procissão, o aroma adocicado do incenso enche
as ruas. Gostei muito de assistir, estava uma noite morna e deliciosa para
andar na rua e mesmo para não-católicos, é uma experiência rica e interessante.
Eu, tu... e ele!
Este
fim-de-semana, um colega do meu marido veio cá a casa. Ora como o nosso gato
Matias não tem autorização para ir à rua sem supervisão, assim que se abre uma
porta para o exterior, é vê-lo a voar nessa direcção.
Assim
sendo, fiquei com ele na sala, quando tocaram à campainha e o meu marido foi
abrir a porta. Estávamos perto da janela, comigo pronta para lhe deitar a mão
quando o meu marido abrisse a porta da sala. Ele abre a porta, o Matias
estranhamente sossegado ao meu lado e eis que oiço as apresentações: “A minha
mulher e o meu gato.”
E
assim me apercebo que agora somos mesmo uma família de 3!
Dia do chocolate
Parece
que hoje é dia do chocolate.
A minha relação com o chocolate é parecida com a
minha relação com o marisco. Como e sabe-me bem, mas passo bem sem eles. É aquele meu lado extraterrestre, que pouca gente compreende, o que se há-de fazer? Aqueles ataques de vontade de comer chocolate devem acontecer-me uma vez por
ano, no máximo.
Ainda assim, há receitas que faço e como, com todo o gosto.
Bacalhau à Brás reinventado
Mesmo
quando o resultado já é delicioso, gosto de experimentar, de alterar receitas e
de inventar coisas novas.
Como
já mencionei, o bacalhau à Brás é visita habitual da nossa mesa, porque o faço
de maneira tão rápida, que o torna a solução ideal para jantares urgentes. Certo
dia, estava a ver um programa do chef José Avillez, em que preparava uma
espécie de farinheira à Brás e reparei numa inversão de passos curiosa, que
decidi aplicar no nosso bacalhau à Brás. E não é que muda tudo? A rapidez é
igual, porque estamos só a trocar duas etapas da receita, mas melhora ainda
mais o sabor e a textura!
Passo
a explicar, depois do bacalhau bem refogadinho, na altura de juntar as batatas,
junto os ovos batidos. Forma-se um creme macio e nessa altura é que adiciono as
batatas fritas. O resultado é mais cremoso e mais uniforme. Agora faço sempre
assim, é um bacalhau à Brás reinventado!
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